ASBIA e ABCZ firmaram parceria para que os touros participantes do programa PNAT 2018 tenham exame andrológico realizado pelo laboratório ASBIA Bio
O touro tem impacto direto sobre a fertilidade do rebanho e, consequentemente, na rentabilidade da pecuária. Um animal infértil pode representar a perda de 25 a 50 bezerros, dependendo da relação touro/vaca utilizada, segundo dados da Embrapa Gado de Corte. Estima-se que entre 20% e 40% dos touros em serviço são subférteis e outros 5% sejam inférteis. Um prejuízo que pode ser evitado com a realização do exame andrológico dos animais antes da estação de monta.
Os programas de melhoramento genético também utilizam o exame andrológico como critério de seleção das provas zootécnicas. Segundo o gerente de Melhoramento Genético da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Lauro Fraga, o exame andrológico é essencial para identificar animais de grande fertilidade e é um critério de classificação dentro do Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens (PNAT).
Não se faz melhoramento genético da noite para o dia
“Todos os reprodutores inscritos neste ano serão submetidos ao exame e apenas aqueles que apresentarem padrão inquestionável para congelamento e industrialização de sêmen passarão para a fase final do programa”, explica Fraga.
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Nos dias 9 e 10 de agosto, os 115 touros das raças Brahman, Nelore, Nelore Mocho, Sindi e Tabapuã participantes do TDEA PNAT 2018 na FAZU, em Uberaba/MG, serão submetidos ao exame andrológico, conduzido pelo segundo ano consecutivo pelo laboratório ASBIA BIO, sediado no interior do Parque Fernando Costa, na mesma cidade.
As doses de sêmen coletadas passarão por análise computadorizada em equipamentos de última geração, garantindo um diagnóstico mais preciso da motilidade e da concentração do sêmen. Será possível observar volume, motilidade, turbilhonamento, vigor, congelabilidade, ou seja, tudo o que está ligado à qualidade espermática.
Para o presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), Sérgio Saud, a parceria com a ABCZ reforça o comprometimento das duas entidades com a evolução da pecuária nacional.
“Não se faz melhoramento genético da noite para o dia. O Brasil tem excelentes programas de melhoramento, mas é preciso a participação ativa dos criadores na utilização dos touros jovens, para que, um dia, eles se tornem provados. O PNAT é hoje um dos mais importantes filtros na busca de touros jovens das raças zebuínas, ajudando a colocar no mercado sêmen de qualidade genética superior”, diz Saud.
O programa já distribuiu mais de 70 mil doses de sêmen nos nove anos de existência, sendo mais de 13 mil em 2017.
No ano passado, as análises feitas pelo laboratório ASBIA BIO identificaram um aumento no índice de congelamento do sêmen dos touros do PNAT, que chegou a 93%. Segundo Fraga, esse resultado decorre do manejo eficiente realizado durante o TDEA na FAZU.
A fertilidade de um touro é uma característica variável, podendo se alterar no decorrer da sua vida útil.
Vários fatores podem contribuir para isso, tais como: nutrição, idade, estresse calórico, doenças infecciosas, agentes tóxicos, integridade anatômica e qualidade do sêmen. Na visão do médico-veterinário e responsável técnico do laboratório, Maurício Peixer, o exame andrológico ajuda a maximizar os resultados de prenhez do rebanho.
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“Como é um conjunto de avaliações morfológicas e laboratoriais, tais como posicionamento e saúde de membros locomotores, exames interno e externo de glândulas e microscópico do ejaculado, o andrológico permite, quando bem realizado, a obtenção de informações que expressam a capacidade de desempenho de um macho como reprodutor. É um exame fundamental para se evitar prejuízos irreparáveis, uma vez que, sem ele, o produtor só terá o resultado de ineficiência do touro ao final da estação de monta, quando não há mais tempo para recuperar as gestações não obtidas”, explica Peixer.
Fonte: ASBIA