Ex-policial militar tenta adotar cavalo que era seu companheiro e deve ser leiloado pelo governo do RS.
Kelly Thimoteo, de 30 anos, deixou a corporação há sete anos, mas quer ficar ao lado do velho amigo. Brigada Militar vai reduzir em mais de 60% o número de cavalos usados no policiamento montado no estado.
O laço de amizade construído enquanto eram parceiros na Brigada Militar e a preocupação com o animal, fizeram com que Kelly Thimoteo, de 30 anos, pedisse a adoção do cavalo Nanquin, que pertence ao governo do Rio Grande do Sul e deve ser leiloado. Ela deixou a corporação, onde trabalhava com o animal, há sete anos.
“Ele foi meu companheiro de patrulha e ajudei até a escolher o nome dele”, conta a ex-policial militar, que hoje trabalha como advogada no município de Passo Fundo, Região Norte do estado.
Ela tenta conseguir a tutela do animal, que tem aproximadamente 12 anos, desde que deixou a Brigada Militar, mas diz que seus requerimentos não foram respondidos. Segundo Kelly, Nanquin não é utilizado pela corporação há dois anos e está na fazenda da BM, em Passo Fundo.
A Brigada Militar informou, por meio da assessoria de imprensa, que o cavalo vai ser leiloado e, por isso, não pode ser doado. A corporação esclareceu que doações ocorrem quando o animal não está mais em idade e condições físicas de atuar, entre outros critérios.
Quando ficou sabendo que o governo estadual iria se desfazer de 60% dos cavalos usados no policiamento montado no Rio Grande do Sul, resolveu procurar pelo velho amigo.
“Quando encontrei com ele, percebi que a alimentação que estava recebendo não era suficiente, porque ele estava bastante magro”, lembra.
Há menos de duas semanas, uma petição online foi criada para conseguir apoiadores que se solidarizassem com a história. Neste período, mais de 18 mil pessoas registraram seus nomes no abaixo-assinado, que visa pressionar o governo do estado para repassar Nanquin à antiga parceira.
Kelly se diz surpresa pela repercussão do caso e garante estar muito feliz com o apoio de pessoas que sequer lhe conhecem e ficaram comovidas com a amizade entre os dois.
“Estou surpresa e bastante emocionada, porque as pessoas estão demonstrando apoio na minha luta. As pessoas querem uma destinação boa para os animais. O Nanquim é um símbolo dessa luta”, afirma, ao lembrar que também está preocupada com o destino que será dado aos outros cavalos que serão leiloadas pelo estado.
Sem ter recebido respostas sobre a adoção, Kelly aguarda então pelo leilão para tentar comprar o velho amigo, de quem guarda boas lembranças.
Reprodução do site G1