EUA deve importar carne brasileira em meio a crise

A demanda crescente por carne no país e o fechamento de frigoríficos em meio aos casos de coronavírus, trazem um possível mercado para a carne brasileira.

As principais empresas de carne dos EUA disseram nesta segunda-feira (6) que fecharam três instalações que produzem carne de porco e carne bovina em Iowa e Pensilvânia na mais recente perturbação da cadeia de suprimento de alimentos do país devido ao surto de coronavírus.

A produção reduzida de carne proveniente das paralisações ameaça restringir a oferta de certos produtos em um momento em que a demanda está aumentando nos supermercados, enquanto o país luta com o COVID-19, a doença respiratória causada pelo novo coronavírus.

O Brasil, país considerado o celeiro mundial, por sua capacidade de produção de alimentos e, também, expansão desses volumes produzidos, tem se tornado um grande protagonista na exportação de carne bovina, após a abertura do mercado Chinês. Seguindo nessa mesma linha, os EUA aprovou, no início deste ano a reabertura dos mercado para a carne brasileira.

Essa notícia, trouxe uma grande “falácia” por parte dos pecuaristas norte-americanos que, em notas, chegaram a declarar que a carne brasileira era “suja”, que não cumpríamos os requisitos sanitários e que, se importada, a carne brasileira traria riscos a população americana. Diante disso, segundo analistas, essas falas são, na verdade, um grande temor quanto a competitividade que o Brasil coloca no mercado mundial de carnes.

Dito tudo isso, a grande pergunta que surge nesse momento, diante dessa crise vivida com o COVID-19 é: Os EUA vão importar carne brasileira para suprimir a demanda aquecida e a corrida aos mercados pela população norte americana?

O mercado chinês, após retorno das atividades, trouxe uma excelente demanda para o mercado brasileiro, em um momento onde o consumo do mercado interno decresceu em meio ao surto do coronavírus e o isolamento social. Essa demanda chegou a pagar até R$ 8/@ de ágio a mais. Os americanos vão seguir o mesmo papel?

A JBS, Minerva, Marfrig, Frisa e Mataboi contarão com unidades autorizadas a vender aos americanos. Ao todo, 21 abatedouros estarão habilitados em um primeiro momento, mas JBS e Marfrig trabalham para ampliar o número de plantas autorizadas, de acordo com duas fontes.

Segundo informações, existe uma possibilidade de os EUA começarem a importar a carne brasileira sim, mas ainda existe barreiras internas que podem prejudicar esse mercado.

Diante disso, caso seja firmado esse novo cenário, podemos ter uma reação dentro do mercado da carne positiva para o pecuarista, já que plantas frigoríficas terão que ofertar mais por esses animais para garantir a manutenção dos estoques e, também, as escalas de abate. Com o novo patamar do dólar, poderemos ter uma nova guinada da arroba em um médio a longo prazo.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM