Estudo mostra que fungos são capazes de controlar carrapato bovino

Controle biológico feito a partir de fungos é a chave para o controle da praga do carrapato-do-boi, segundo pesquisadores brasileiros

A pecuária é um dos principais motores da economia nacional. Além de abastecer todo o mercado interno, ainda é parte significativa de todo o produto exportado, colocando o Brasil como um dos maiores produtores de carnes do mundo. Sendo um dos maiores consumidores e também exportadores do mundo, o país conta com um rebanho bovino com mais de 200 milhões de cabeças.

A manutenção deste número expressivo de cabeças de gado passa obrigatoriamente por cuidados veterinários. O controle de infestações de parasitas é parte importante da cadeia, uma vez que algumas pragas são capazes de levar os animais até mesmo à morte. É o caso do carrapato-do-boi, ectoparasita que ataca rebanhos de bovinos de corte e de leite, trazendo prejuízos à produção e à economia.

Estima-se que o carrapato-do-boi seja responsável por prejuízos econômicos da ordem de R$ 3,2 bilhões anuais para toda a pecuária brasileira. Presente em todo o território nacional, o parasita provoca lesões no couro do animal, o que possibilita a ação de bactérias responsáveis por infecções e também o depósito de ovos de moscas, que resultam em miíases ou bicheiras.

O ambiente quente e úmido é extremamente favorável à reprodução do carrapato. Portanto, o controle químico é costumeiramente realizado nas épocas do ano como primavera e verão. Uma novidade, porém, tem o potencial de substituir os carrapaticidas por uma solução muito mais sustentável e menos agressiva aos animais.

A descoberta de um fungo, através de estudo realizado por biólogos e veterinários do Instituto Biológico e da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, a APTA, demonstra a possibilidade da eliminação dos carrapatos em qualquer etapa de sua vida, do ovo à idade adulta.

Pesquisadores da Embrapa, em conjunto com a Universidade Federal de Goiás e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, também obtiveram sucesso com aplicações do mesmo fungo em pastagens. O uso de formulações granulares diretamente no solo é altamente efetivo, pois as fêmeas do carrapato depositam seus ovos no chão. A taxa de sucesso na sua eliminação chegou a 95%.

Desta forma, abre-se um leque para a utilização diretamente no boi, para casos de uma infestação já corrente, feita de maneira a remediar uma situação, ou a utilização nas pastagens, para controle preventivo.

Os resultados obtidos ainda demonstram que o fungo é capaz de se colonizar no solo e na vegetação, de forma a prolongar os efeitos positivos.

A aplicação do fungo ainda soluciona o problema da resistência criada pelos carrapatos aos produtos químicos, uma questão que preocupa produtores e cientistas.

No mais, o fungo é atóxico para os bovinos, assim como para os humanos, de fácil aplicação e ainda pode ser associado ao uso de formulações químicas que podem aumentar sua eficácia.

O uso do produto biológico é animador tanto pelo baixo custo quanto pela possibilidade de ser ampliado também para a agricultura. A novidade, que ainda está em fase de estudos mais avançados, sugere ser um bom produto e também um bom investimento, o que pode ser um novo filão de mercado para quem busca algo rentável e seguro, principalmente para quem deseja fazer um curso de gestão financeira para implementar bons modelos de negócio.

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