Estudo mostra protagonismo do Brasil na economia de baixo carbono

O Brasil vem aumentando a produtividade agropecuária, decorrente da melhoria dos índices de eficiência técnica produtiva no setor, e se destaca como líder e protagonista na economia de baixo carbono. 

Esta é a principal conclusão da publicação preliminar ‘Indicadores de Produtividade e Sustentabilidade do Setor Agropecuário Brasileiro’, divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo, de autoria do pesquisador da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (Dirur) do Ipea, José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho, constatou ainda que o país é exemplo de produção agropecuá

A publicação apresenta uma síntese do quadro produtivo do setor agropecuário brasileiro nos últimos 15 anos, desde 2006, com base nos dados dos censos agropecuários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e no livro do Ipea ‘Uma jornada pelos contrastes do Brasil’.

A pesquisa também disponibiliza indicadores de produtividade e sustentabilidade, faz análises comparativas e compila resultados de outras publicações. A partir das análises, foi possível verificar a contribuição do Brasil na produção sustentável. “O país vem fazendo o seu esforço produtivo e tecnológico, inclusive superando metas globais de sustentabilidade”, disse o pesquisador.

José Eustáquio ainda observou que o país poderia aumentar a produção sem a necessidade de incorporar mais terras ou insumos. “O Brasil é um dos poucos países no mundo que implementaram regras mais rígidas no uso da terra e em áreas de preservação, e também é o único país a exigir que as propriedades rurais mantenham um percentual de área conservada com vegetação nativa, denominada reserva legal, sem compensação financeira ao proprietário”, informou.

A área agrícola do Brasil frente a outros países selecionados no estudo é percentualmente uma das menores (7,5%), ficando abaixo da França (34,7%), da Alemanha (33,3%), dos Estados Unidos (16,3%), da China (14,1%) e da Argentina (12,1%). “Ao comparar a área destinada ao uso agrícola e pecuário somados, o Brasil apresenta um dos menores percentuais (27,8%), e novamente se posiciona à frente de outros países, tais como China (55,1%), Alemanha (46,6%), Estados Unidos (41,3%) e Argentina (39%)”, comparou.

Em relação às áreas de florestas nativas e plantadas, o Brasil é o país com maior percentual de seu território preservado, de 58,5%, enquanto os demais países possuem percentuais inferiores a 35%.

A produção agropecuária brasileira por unidade de emissão de gases efeito estufa (GEE) vem crescendo ao longo das últimas duas décadas. Ou seja, a produção aumenta ao passo que diminui a emissão de gás carbônico na atmosfera. O estudo também demonstra que a expansão da área com tecnologias e práticas sustentáveis atingiu 154% da meta fixada no Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação da Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC).

As ações do Plano ABC envolvem a adoção de sistemas integrados de lavoura-pecuária-floresta, a incorporação do sistema de plantio direto, a fixação biológica de nitrogênio (FBN), a expansão da área de florestas plantadas, bem como o tratamento de dejetos animais.

A meta de mitigação de emissão de gás carbono na atmosfera também foi superada e o Brasil alcançou a marca de 113%. Sobre a recuperação de pastagens, os sistemas de integração lavoura-pecuária e de lavoura-pecuária-floresta também recuperam pastagens, resultando em 290% de meta cumprida.

Fonte: Ipea

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