Vulnerabilidades identificadas pelos produtores foram a disponibilidade de potenciais sucessores e de capital financeiro para contratação de mão de obra.
Uma pesquisa sobre as vulnerabilidades que dificultam o desenvolvimento da atividade leiteira no Rio Grande do Sul foi apresentado nesta quinta-feira (1), na reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite, realizada no auditório da Organização das Cooperativas do Estado (Ocergs), como parte da programação da 45ª Expointer, em Esteio.
Intitulado Diagnóstico da cadeia produtiva do RS, o estudo do agrônomo José Tobias Marks Machado, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), baseou-se em entrevistas com produtores de 110 propriedades rurais em 29 municípios em 2021.
Segundo o pesquisador, o estudo detectou as vulnerabilidades consideradas mais importantes pelos produtores.
A disponibilidade de mão de obra para a atividade foi citada por 48% dos entrevistados, enquanto a oferta de mão de obra para contratação tem alguma importância para 94% e o tempo para atividades de lazer representa dificuldades para 72%.
Outras vulnerabilidades identificadas foram a disponibilidade de potenciais sucessores para dar continuidade à produção e de capital financeiro para contratação de mão de obra, aspectos significativos para 68% e 45% dos produtores, respectivamente.
Entre os fatores determinantes para o abandono da atividade leiteira, de acordo com o estudo, o que mais pesa na decisão dos pecuaristas é a disponibilidade de transporte da produção e de áreas para a exploração da atividade.
Depois, aparecem as tecnologias para diminuir a penosidade do trabalho, a sanidade do rebanho e a mão de obra, por exemplo. “As dificuldades que os produtores enfrentam estão muito mais relacionadas ao tamanho da área, principalmente em regiões em que a soja tem concorrido muito (com a pecuária), tanto para arrendamento quanto para compra, e ao trabalho”, explicou Machado.
“Os que não têm sucessão, que estão com dificuldade de arranjar mais trabalhadores (ou a mão de obra da família não consegue dar conta) são os mais vulneráveis.”
Com relação às características socioeconômicas e produtivas, as propriedades pesquisadas tinham um rebanho médio de 54 animais, com produção média de 17,34 mil litros de leite por mês. Em 80%, a atividade leiteira envolvia até três pessoas.
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Outro dado interessante do estudo é que é, em 92,7%, as mulheres participam da ordenha das vacas, enquanto os homens participam em 70%. “Então, elas são bem importantes dentro do sistema de produção”, disse Machado.
Fonte: MilkPoint