Altas temperaturas representam um perigo significativo para as lavouras, podendo ser fatal para seu desenvolvimento. No entanto, é possível encontrar soluções para esse problema.
Na biologia humana, a exposição prolongada a temperaturas extremas, além da capacidade natural do corpo para enfrentá-las, resulta no fenômeno conhecido como estresse térmico. Os efeitos disso podem ser bastante graves, desde dores de cabeça até desmaios e, em casos extremos, até mesmo morte.
Surpreendentemente, o estresse térmico não é exclusivo dos seres humanos; ele também afeta as plantas. Quando submetidas a temperaturas elevadas por longos períodos, as plantas sofrem consequências sérias, incluindo distúrbios em seu crescimento normal, diminuição na capacidade de realizar fotossíntese e redução na produção agrícola.
Com o aumento frequente das ondas de calor, é crucial discutir esse tema em detalhes. O que exatamente o estresse térmico causa nas plantas.
Na área da saúde humana, a exposição prolongada a temperaturas extremas pode desencadear o que chamamos de estresse térmico. Este fenômeno ocorre quando o corpo é submetido a condições para as quais não está devidamente adaptado, resultando em uma série de consequências graves, que vão desde dores de cabeça e desmaios até casos mais extremos, como inchaço e até mesmo risco de vida.
Surpreendentemente, o estresse térmico não afeta apenas os seres humanos, mas também as plantas. O contato excessivo com altas temperaturas pode ter um impacto devastador nas culturas, interferindo em seu desenvolvimento natural, prejudicando a fotossíntese e reduzindo a produtividade agrícola. Os exemplos são variados e numerosos.
Em um contexto de aumento das temperaturas e ondas de calor cada vez mais frequentes, é vital dedicar atenção a esse tema. Entender o que é o estresse térmico em plantas, seus sintomas e possíveis soluções é fundamental para lidar com os desafios que ele apresenta.
Explorando o estresse térmico nas plantações
Vamos imaginar uma cena comum: vastas plantações expostas ao sol inclemente, uma realidade frequente em muitas regiões. Agora, adicione a isso a intensidade das ondas de calor que têm assolado diversos estados brasileiros nos últimos tempos. Como será que as plantas lidam com essa exposição prolongada à radiação solar?
No Brasil, as culturas geralmente prosperam em temperaturas que oscilam entre 20 e 30 ºC. Qualquer desvio desses limites, seja para cima ou para baixo, seja no solo ou no ar, pode representar um risco para a saúde das plantas, comprometendo seu desenvolvimento, a qualidade da colheita e, por fim, o consumo humano.
Esse fenômeno é conhecido como estresse térmico, e sua detecção é desafiadora, pois seus sintomas se assemelham a outros problemas que afetam as plantas. No entanto, vamos ajudá-lo a reconhecê-lo!
Indicadores de estresse térmico nas plantas
Um dos primeiros sinais de estresse térmico é o fechamento dos estômatos, pequenas aberturas nas folhas que regulam a troca de gases com o ambiente ao redor. Esse fechamento ocorre como uma medida de defesa para minimizar a perda de água, e é perceptível quando as folhas começam a enrolar.
Além disso, as folhas frequentemente exibem outros sinais visíveis de estresse térmico, como ressecamento nas extremidades, uma estratégia adaptativa para reduzir os danos causados pelo calor excessivo. Isso faz sentido, pois quanto menos superfície estiver exposta ao sol, mais eficazmente a planta pode se concentrar em suas funções vitais, minimizando as perdas.
Outro sintoma comum é a escaldadura solar, especialmente observada em árvores frutíferas, onde botões florais expostos diretamente ao sol podem se queimar em temperaturas extremas. Isso não só causa danos diretos, como também pode levar à descoloração e ao ressecamento das culturas, além do aborto dos botões em desenvolvimento.
Certas espécies, como alface e espinafre, que estão adaptadas a climas mais amenos, podem sofrer um fenômeno chamado de “aparafusamento”, quando florescem prematuramente devido ao estresse, resultando em perdas significativas na colheita.
Além disso, o ozônio atmosférico, combinado com altas temperaturas, pode causar danos estruturais aos tecidos vegetais, manifestados por manchas marrons nas folhas. E, é claro, não podemos ignorar o risco adicional de incêndios provocados pelo calor extremo, um problema grave que tem afetado muitas áreas agrícolas no Brasil.
Explorando soluções para o estresse térmico nas plantações
Não podemos ignorar um dos sintomas mais evidentes do estresse térmico: a sensação que nós, ou os produtores, experimentamos. Afinal, se sentimos o impacto do calor na pele, por que as plantações não sofreriam na mesma medida?
Além disso, há uma infinidade de outros exemplos que ilustram o quanto o estresse térmico pode afetar as estruturas das plantas, tanto interna quanto externamente, incluindo folhas, flores e frutos. No entanto, há boas notícias: existem diversas soluções possíveis!
Abordagens para combater o estresse térmico
Apenas aumentar a irrigação das plantações não é suficiente para mitigar os impactos das temperaturas extremas, uma vez que outros fatores, como a umidade do ar e a radiação solar, também influenciam o desempenho das plantas.
Mesmo em solos bem irrigados durante períodos de estresse térmico, os sintomas mencionados anteriormente podem persistir, levando certas culturas a adotar medidas próprias para reduzir a exposição à luz, como o enrolamento das folhas.
As soluções para esse desafio variam de simples a complexas e incluem:
- Instalação de estruturas de sombreamento ao redor das plantações, como telas, para reduzir a exposição direta ao sol.
- Ajuste da irrigação em termos de frequência, horário e quantidade de água fornecida.
- Otimização da aplicação de fertilizantes, especialmente no início da manhã, quando o risco de queimaduras nas plantas é menor.
- Realocação das plantações para áreas com condições climáticas mais favoráveis, embora nem sempre seja uma opção viável, é uma estratégia eficaz para minimizar o impacto do calor.
Estratégias para enfrentar o calor excessivo nas plantações
O aumento das temperaturas nas plantações brasileiras despertou o interesse de pesquisadores da Embrapa Semiárido, um instituto dedicado a estudar os efeitos dos fenômenos climáticos nas lavouras, com foco especial em Pernambuco e em outros estados do Nordeste.
Ao analisarem espécies específicas, como fruteiras e videiras, os pesquisadores identificaram medidas e estratégias para mitigar os efeitos da radiação solar. Uma dessas medidas foi a instalação de telas de sombreamento, criando microclimas que aumentaram a produtividade das plantações, mesmo diante da exposição intensa ao sol.
Proteja suas plantas
Estudos como o realizado pela Embrapa Semiárido demonstram que é plenamente viável conter os danos do estresse térmico por meio de estratégias que aprimorem o manejo das plantações e do solo. Como apontam os próprios pesquisadores, isso não apenas pode aumentar a produtividade, mas também reduzir o uso de insumos e os custos de produção.
A equação é simples e aplicável a todos, independentemente do tamanho da produção: quando se trata de calor, é crucial proteger as plantas com a mesma dedicação que protegemos nossos próprios corpos em dias escaldantes!
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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