Qual é o segredo para conseguirmos obter ótimos resultados de produtividade para as fases de cria, recria e engorda de bovinos de corte?
Por Mariana Franco de Morais* – O manejo nutricional é um dos fatores que mais afetam a lucratividade na pecuária de corte, pois ela representa 70% dos custos operacionais da operação da fazenda. Diante desse fato, o pecuarista deve ter uma visão estratégica desse pilar em sua operação, com foco, principalmente, no uso de estratégias nutricionais para ter a máxima eficiência do sistema de produção. Nesse sentido, a combinação da gestão eficiente dos processos com a inovação tecnológica permite criar uma uma base sólida para boas tomadas de decisões no uso das estratégias nutricionais disponíveis.
No artigo desta semana, nós mostraremos que aplicação de boas estratégias nutricionais associada a uma boa gestão de processos e adoção de tecnologias é possível obter ótimos resultados com redução de custos operacionais. Ao final do artigo, faça seu cadastro e baixe o ebook para ter acesso ao nosso artigo na íntegra. Boa leitura!
Construa pilares fortes!
Qual é o segredo para conseguirmos obter ótimos resultados de produtividade para as fases de cria, recria e engorda de bovinos de corte?
A verdade é que não há segredos! Para alcançar ótimos resultados, o pecuarista deve focar seus esforços nos três pilares de sustentação de um sistema de produção de alta performance: a nutrição de qualidade, o manejo bem feito e a genética aplicada. Somente a melhoria conjunta destes fatores pode conferir maiores índices produtivos e, possivelmente, maior rentabilidade ao sistema produtivo.
Contudo, ao considerar que a nutrição pode representar até 70% dos custos operacionais de uma fazenda, o pecuarista deve ter uma visão estratégica desse pilar em sua operação, com foco, principalmente, no uso de estratégias nutricionais para ter a máxima eficiência do sistema de produção. Nesse sentido, a combinação da gestão eficiente dos processos com a inovação tecnológica permite criar uma uma base sólida para boas tomadas de decisões no uso das estratégias nutricionais disponíveis.
Indicadores – o fio condutor de suas decisões!
Para conseguirmos chegar ao ponto de elaborar boas estratégias nutricionais, primeiramente nós precisamos ter indicadores de processos muito bem consolidados. São eles que irão medir o desempenho, identificar os erros, traçar metas e prioridades para cada operação, permitindo que o pecuarista realize uma análise baseada em fatos e dados, para que, a partir do diagnóstico, seja traçado um plano de melhoria nos resultados. Os indicadores são um fio condutor para definir qual a melhor estratégia nutricional a ser utilizada em cada fase do sistema de produção, ou seja, os indicadores servem como referência para boas tomadas de decisões.
Com diagnóstico em mãos, o pecuarista e sua equipe deverão traçar um plano estratégico nutricional objetivando resultados básicos na pecuária de corte, que são:
Reduzir ao máximo o tempo de abate, o que reduz significativamente os custos fixos e indiretos na produção, além de permitir maior rotatividade do capital.
Aumentar ao máximo o peso final de carcaça, por permitir máximo aproveitamento do potencial genético do animal e diluir os custos do bezerro cada vez mais valioso.
Aumentar a capacidade de produção por área, pois quanto maior a produção por área, mais alta tende ser a rentabilidade da propriedade.
Melhorar a eficiência de reprodução das matrizes, pois quanto mais eficiente for a cria, menor serão as quantidades de fêmeas adultas a serem mantidas pela mesma produção.
Com os objetivos bem claros em nossa mente e no papel é hora de colocar a mão na massa e criamos as estratégias nutricionais de cada fase da produção.
Plano nutricional para o gado de corte!
Se para uma viagem de avião é necessário a criação de um plano de voo, onde é considerado o tipo de avião, as condições climáticas, quantas paradas serão realizadas, quais serão os pilotos etc, na pecuária de corte não é diferente. O pecuarista ou técnico da fazenda deve traçar um plano estratégico nutricional. É isso mesmo! Essas estratégias são protocolos elaborados de acordo com as peculiaridades e necessidades de cada fase do sistema de produção. Deve ser considerado que em cada operação existem animais com exigências nutricionais, condições climáticas e tipo de manejo diferentes, portanto, nós precisamos traçar uma estratégia nutricional para cada momento, considerando os seguintes aspectos:
- Raça e categoria animal;
- Tipo e disponibilidade das pastagens
- Qualidade das pastagens;
- Época do ano;
- Disponibilidade de cochos;
- Tipo e qualidade da mão de obra;
- Tipo e qualidade do suplemento animal.
Ou seja, não basta cuidar apenas dos alimentos fornecidos aos animais, você deve estar atento em garantir um bom manejo das pastagens, ter um suplemento de qualidade nutricional e um bom manejo de toda essa operação, de forma que permita suprir as carências e maximizar o potencial de ganho de peso em cada fase do animal.
Com o plano estratégico nutricional em mãos, nós vamos definir as ações que devem ser feitas de forma particular para cada “parada” que o nosso avião vai dar, no caso, cada fase da produção, cria, recria e engorda.
Decolagem – Gestação da vaca de corte!
Podemos considerar que a fase de gestação é uma etapa crucial para que todas as outras possam ocorrer de forma eficiente. Nesse contexto, nós devemos dar atenção à programação fetal. Durante a gestação o feto possui diferentes fases de desenvolvimento. No primeiro terço da gestação ocorre a formação da placenta e dos órgãos, como o coração, o rúmen, além da primeira onda muscular onde ocorre o aumento do número de células musculares (hiperplasia). No segundo terço da gestação ocorre a segunda onda de crescimento muscular (hiperplasia). A partir do nascimento, não ocorre mais hiperplasia, apenas hipertrofia. No terceiro terço da gestação é quando começa a aumentar o número de fibras musculares do bezerro (hipertrofia) e acúmulo de gordura, que no futuro, gerará o marmoreio dentro do músculo do animal.
Dito isso, a programação fetal é uma ação de estímulo realizado durante um determinado período dessas fases do desenvolvimento fetal, o que gera impactos futuros na vida da progênie, como por exemplo, no peso à desmama, no marmoreio da carcaça, na taxa de prenhez, no número de animais desmamados. As estratégias nutricionais dessa fase devem ser focadas na manutenção do peso da matriz e estímulo para o desenvolvimento do feto.
Primeira parada – Fase de cria!
Essa fase envolve desde o nascimento ao desmame do bezerro. Essa fase compreende grande papel econômico para o sistema de produção, pois, ao final dela, os animais podem chegar a até 50% do peso final de abate, devido à melhor conversão alimentar que estão associadas às elevadas taxas de crescimento.
Nessa fase, que dura em média 6 meses, o alimento básico é o leite, mas não deve ser o único, pois queremos aproveitar as taxas de crescimento do animal. Por isso, desde o primeiro mês de idade do bezerro é importante que seja feita uma suplementação proteico energética para assegurar um desempenho (GMD) acima de 900g/dia, chegando a um peso à desmama de 6 a 7 arrobas.
Segunda parada – Fase de recria de bezerros!
Após o desmame, os bezerros vão para a recria, uma fase em que o potencial de engorda dos animais atinge o seu ápice. O objetivo nessa fase é que os animais tenham ganhos maiores que a fase anterior, por isso, essa fase deve ser muito bem planejada pois demanda boas tomadas de decisões. A disponibilidade e qualidade das pastagens durante essa fase pode ser um gargalo para o pecuarista, pois a fase dura 12 meses, passando por um período de seca e outro de chuvas.
Diante disso, as estratégias nutricionais devem estar focadas em ações que possam potencializar o ganho de peso no período das águas e manter a curva de crescimento no período da seca. Isso impedirá o famoso “efeito boi-sanfona“. O objetivo é que ele chegue ao final do período da seca com 9,5 arrobas e ao final da estação da chuva com 14 arrobas, totalizando um ganho de 6 a 7 @ em 12 meses.
Terceira parada – Engorda de bovinos!
Essa fase é a última parada de nosso avião antes de chegar ao seu destino final, o frigorífico! A terminação, também chamada de engorda, pode ser realizada pasto, em sistema de confinamento ou semiconfinamento. Esse é o momento que os animais alcançam o seu peso máximo. O pecuarista deve ter em mente que o objetivo dessa fase é fornecer uma estratégia nutricional para que os novilhos alcancem as melhores condições de musculatura e gordura depositada para que possam atingir em média 450 kg de peso vivo ao abate.
No caso de terminação a pasto, semiconfinamento ou terminação intensiva a pasto (TIP), a estratégia nutricional deve conter suplementação proteico energética com ou sem gordura. O foco é que os animais possam aproveitar ao máximo o período das águas e suplementar no período da seca, que pode variar 0,5% a 2% do peso vivo, de acordo com a disponibilidade de forragem, chuvas e a estiagem, além de ser considerado o tipo de estratégia adotada.
Tenha um bom controle na pecuária!
Ficou bem claro que ter um bom planejamento estratégico nutricional é um importante pilar para uma produção eficiente e rentável. Quando as estratégias nutricionais são bem aplicadas é possível obter ótimos resultados com redução de custos operacionais. Nesse contexto, a adoção de tecnologia é uma grande aliada na aplicação das estratégias nutricionais, pois estamos lidando com processos complexos, que requerem maior conhecimento para que tudo funcione de forma eficiente, segura e lucrativa. Utilizar ferramentas tecnológicas que permitam uma melhor gestão de custos, estratégia e tomadas de decisões certeiras se torna essencial para que os pecuaristas possam alcançar esses objetivos.
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Mariana Franco de Morais é Zootecnista e CEO da Abate Agronegócios.