Alimentação animal pode ser afetada pela baixa oferta do grão; O preço do milho no mercado interno subiu 3,5% em relação à abril por conta da queda na oferta de grãos no Sul do Brasil.
O preço do milho no mercado interno subiu 3,5% em relação à abril por conta da queda na oferta de grãos no Sul do Brasil. Entre os motivos estão o aumento no volume de exportação e a longa estiagem que atingiu toda a região nos últimos meses, afetando, inclusive, o setor de alimentação animal.
No Rio Grande do Sul, a estimativa da Federação das Cooperativas Agropecuárias ( FecoAgro) do estado é de que a seca tenha comprometido quase um terço da safra total. Santa Catarina também enfrentou a pior estiagem em sete anos e regiões do estado estão com déficits acumulados, nos últimos doze meses, superiores a 500 milímetros.
De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná produzem juntos pouco mais de 20 milhões de toneladas de milho no ano. Esse volume normalmente já não é suficiente para atender a demanda dos três estados e, com uma produção ainda menor, aumenta a dependência de outros produtores vizinhos.
São Paulo não sofreu com fatores climáticos, mas com o aumento do volume das exportações paulistas, o milho produzido no estado não será suficiente para atender a demanda dos produtores de proteína animal da região “tem que se trabalhar muito para buscar esse milho nas regiões de São Paulo. O que nós estamos percebendo que a curto prazo nós já vamos ter que buscar milho fora do estado” relata Valdomiro Ferreira, presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos.
No Rio Grande do Sul, estado que é destaque nacional na produção de proteína animal, o consumo de milho durante o ano sempre foi maior do que o estado produz nas duas safras. Na última década, a dependência aumentou com a expansão das áreas de soja.
Os gaúchos buscam alternativas para mudar esse cenário com plantio próprio “se nós quisermos ter um sistema eficiente, que tenha menos prejuízo com a estiagem, o produtor vai ter que plantar milho da sua propriedade” relata Paulo Pires, presidente da FecoAgro.
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Em entrevista com Lyons da Alltech
No Brasil, de acordo com ele, a demanda não deve ser alterada em matéria de volume, mas sim no tipo de produto. “Vimos clientes que pedem por ração que melhora a eficiência, aumentando o peso do animal lentamente e reduzindo os custos de produção”.
Outro ponto citado por Lyons no cenário brasileiro são os preços altos de soja e milho, componentes da alimentação animal. Ele explica que isso pode mudar o “novo normal”, com alteração na formulação dos produtos. “Vai dar mais trabalho aos nutricionistas, pensando em alternativas com potencial nutritivo e menor custo”.
Compre Rural com informações do Canal Rural e Notícias Agrícolas