“Pecuarista deveria ser mais agricultor e entender que ele produz pastagens e não carne e leite” – zootecnista fala sobre importância das pastagens.
Aconteceu na última semana, no município de Macedônia no interior de São Paulo um dia de campo sobre pastagens na Fazenda Ecatu do Sr. Waldir Bassan. O evento contou com a organização da Celeiro Agropecuária de Fernandópolis (SP) e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI). Uma das palestras foi ministrada pelo Zootecnista e Supervisor de Pesquisa da Fertilizantes Heringer Jairo Guida Filho, ele falou sobre a importância da utilização de fertilizantes na recuperação de pastagens.
O evento reuniu pecuaristas e técnicos da região, visando apresentar soluções para a recuperação de pastagens por meio da correta adubação. Atualmente na pecuária é comum o panorama de pastagens degradadas e/ou em algum estágio de degradação. Esta situação é preocupante, pois a pastagem é a principal fonte de alimento para o rebanho nacional. Assim, a adubação das pastagens torna se uma ferramenta fundamental, para elevar a produção e a qualidade das forragens, além de inibir o processo de degradação. Apesar da pastagem ser resistente, ela é uma cultura perene, e com isso demanda cuidados nutricionais específicos.
A necessidade de se aumentar a produção de carne e leite, traz consigo a importância da fertilidade do solo para o estabelecimento e utilização das pastagens, visto que, o aumento da produção da pastagem gera aumento da sua exigência por macro e micronutrientes. A produção da pastagem é limitada pelo nutriente de menor disponibilidade no solo, mesmo que todos os outros estejam disponíveis em quantidades adequadas.
Confira algumas ponderações de Jairo Guida
“Acredito que exista um glamour muito grande no setor ainda, o pecuarista precisa entender que ele não produz carne e leite, quem produz são os bovinos, então sua função é produzir comida, assim alimentando os animais que produzirão carne e leite. A maioria da pecuária nacional é extrativista, quem está no campo acha que Deus vai sempre afagar todos com muita chuva e tempo bom e não precisará fazer nada; entendo que o pecuarista deveria ser mais agricultor e focar em produzir pastagens.
As vezes me perguntam:
Jairo, quantos animais posso colocar nessa área?
“Você poderá colocar a quantidade que quiser, desde que tenha comida necessária para todos os indivíduos alocados nela. Não existe um limite, não falta tecnologia, o que falta é o produtor aplicá-la. A conversa não deveria se basear pela quantidade de UA por hectare, mas quanto de capim estou produzindo”.
Importância de usar produtos de qualidade no processo de reforma de pastagens
“O pecuarista costuma acreditar em soluções simples e salvadoras, todo mundo que bate a sua porteira trazendo uma solução milagrosa, ele costuma acreditar achando que será a solução salvadora da lavoura. Isso acontece pelo fato de querermos sempre a solução rápida e fácil para problemas graves, e para tal não existe. As vezes fugimos do básico como análise e correção do solo, usar produtos licenciados e adequados, vou usar um exemplo simples: o tratamento de solo dado em uma lavoura de soja que é de ciclo curto é diferente de pastagens, pois há vários insumos que são exclusivos para durar quatro meses no solo”.
Eu devo plantar ou recuperar as minhas pastagens?
“Nós temos várias regiões no país com solos pobres de fósforo, áreas que passaram gerações sem nenhuma correção de nutrientes, nestes casos é realmente caro fazer a correção”. Jairo comenta que é importante acompanhar e ir fazendo as correções gradativamente e não simplesmente jogar um “cheirinho” na área que está necessitando dos nutrientes. Ressaltou também que fazer uma reserva financeira para dedicar a esse tipo de investimento dentro da fazenda é essencial para continuar sendo produtivo dentro do setor e não fazer parte dos pecuaristas que sairão da atividade nos próximos anos.