Índice que mede esta questão consta em Sumário de Touros da Conexão Delta G desde 2020; facilidade de parto é necessária no processo de seleção genética
Grande novidade lançada no Sumário de Touros da Conexão Delta G na publicação de 2020, o Índice de Facilidade de Parto é uma ferramenta indispensável na hora de escolher os touros a serem utilizados, não apenas a DEP para peso ao nascimento, o que pode gerar distorções e consequências a longo e médio prazo.
De acordo com o presidente do Conselho Técnico da Conexão Delta G, Bernardo Pötter, os produtores devem buscar exemplares com DEPs para peso ao nascimento ao redor da média, nem tão acima e nem tão abaixo (negativas). “O que significa uma DEP negativa para peso ao nascimento? Significa que os filhos de um determinado touro têm potencial para nascer com peso abaixo da média da população em avaliação. Quais as implicações? Os pesos e ganhos de peso nas diferentes fases da vida são geneticamente correlacionados, portanto, se a seleção é direcionada para pesos ao nascer baixos, em relação à média da população, significa que o produtor está selecionando animais mais leves ao desmame, mais leves ao sobreano, e mais leves quando adultos. Dessa forma, o crescimento, ou seja, os ganhos de peso, também serão mais baixos, já que estes são correlacionados entre si e com peso vivo”, salienta.
Outra consequência, conforme o Pötter é a viabilidade do terneiro no pós-parto, já que terneiros muito pequenos tem uma menor taxa de sobrevivência, seja por saúde frágil ou por simplesmente não alcançar no úbere da vaca e não conseguir mamar o colostro, essencial para a sobrevivência. “Isso não significa que devemos buscar animais com altas DEPs para peso ao nascer, pelo contrário, devemos buscar animais com peso ao nascer baixos (não negativo) e alto potencial para ganho de peso”, ressalta.
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O especialista reforça ainda que o peso no nascimento não é o único fator que influencia nas distocias, “O peso ao nascimento é somente um componente. Outros fatores como conformação do terneiro ao nascimento, o sexo (machos tem maior índice de distocia), apresentação na hora do parto e duração da gestação, já que quanto mais longa a gestação, maior a probabilidade de problemas ao parto. Assim, o Índice Facilidade de Parto da Conexão Delta G é composto pelas DEPs de peso ao nascimento, auxílio ao parto e duração da gestação, cada uma com uma ponderação diferente. Esse índice nos dá uma segurança maior e é uma ferramenta mais precisa para selecionar animais de fácil nascimento e alto potencial para crescimento”, frisa. A recomendação é selecionar os animais baseado no Índice facilidade de parto e DEP para peso ao nascimento ao redor da média. “Não é aconselhável selecionar os extremos para peso ao nascimento, muito abaixo ou muito acima da média”, complementa.
Conforme Pötter, “A tendência genética para peso ao nascimento tem se mantido na média ao longo dos anos, enquanto que, a tendência genética para crescimento é positiva e linear, ou seja, a seleção para alto desempenho não está afetando o peso ao nascer nem a facilidade de parto”. Ainda de acordo com o especialista, os extremos nunca são desejados, “Altas DEPs para peso ao nascimento levam a problemas de parto e perdas econômicas e DEPs muito negativas levam a perdas no pós-parto e baixo desempenho dos animais. Para o bem dos produtores, as metodologias modernas de avaliação genética conseguem nos indicar quais os animais com alto potencial de ganho e com facilidade de parto”, conclui.