A competitividade da pecuária do futuro passará por produzir com menos água, em áreas menores e o mínimo impacto ambiental.
O uso correto de genética de ponta será essencial para atingir esses objetivos. A posição foi defendida em palestra promovida pelo jurado argentino Carlos Ojea, em evento promovido pela Angus Jovem, Núcleo Três Fronteiras e Associação Brasileira de Angus, na noite desta quinta-fera (27/4), na Expoutono, em Uruguaiana. “O futuro da América como provedor de carne mundial é inevitável, por seu clima, rebanho, qualidade de gado e tradição na pecuária”, destacou.
Ele referendou que o potencial da América do Sul é maior do que o da América do Norte uma vez que lá já se trabalha com altos índices de prenhez e desempenho. Para alcançar esse desenvolvimento aqui, alerta ele, ainda há muito a avançar, principalmente, na relação entre o número de vacas do rebanho e a obtenção de terneiros por estação. “Sem dúvida, nossa região tem um grande potencial nas zonas mais marginalizadas e menos tecnificadas, onde essa taxa ainda é muito baixa. Há muito o que trabalhar”, ressaltou a uma plateia atenta formada por mais de 70 pessoas entre técnicos, criadores, estudantes e produtores.
Segundo Ojea, as conquistas dependem de avanços genéticos, motivo pelo qual as cabanhas trabalham há décadas em busca de exemplares mais carniceiros e adaptados à realidade local. O jurado ainda pontuou que o desenvolvimento e ganho de peso dos bovinos deve ser harmônico. “Animais com excesso de peso quando jovens terão problemas no futuro. É preciso ter uma curva de crescimento normal e sem excesso de comida”.
Conforme o especialista, a chave está em otimizar a produção, o que não quer dizer produzir mais quilos. “Otimizar é obter o máximo possível com os recursos que se tem.” Seguindo essa ideia, Ojea alertou que não se pode trabalhar mirando a formação de rebanhos de tamanho grande que elevem a demanda por recursos naturais, como área e pastagens. “O ponto de equilíbrio deve ser encontrado por cada criador. Para isso, precisamos saber onde estamos, que raça criamos, e a condição de clima e das forragens”, exemplifica. A equação correta passa por considerar três fatores: o tamanho corporal das vacas, a relação entre o peso ao desmame dos terneiros e o peso de suas mães e a habilidade materna. “A genética no futuro estará associada à capacidade de gerar terneiros pesados com menor consumo de forragem”, indicou. Quanto à produção de leite, pontuou a importância de que ela seja suficiente para alimentar o terneiro, mas que não seja excessiva, o que também traz impacto com maior consumo de forragens.
Fonte Associação Angus