Especialista explica uso de touros para confinamento e pasto

O Brasil tem o maior rebanho comercial do mundo, para isso a genética dos touros para confinamento e pasto devem ser diferentes, traçamos os perfis.

Conversamos com o Médico Veterinário Ney Conti da Zebu Fertil especializado em genética de gado de corte e ele explicou as diferenças, o que é importante para ser levado em consideração sobre engorda de gado e foi conclusivo: Pecuarista precisa entender que ele produtor de carne.

E que a gestão do negócio hoje determina a quantidade, qualidade e sucesso do negócio. A empresa e o profissional que não buscar melhorias e atingir ao máximo da perfeição em gerenciamento de saúde, reprodução, sanidade, manejo, tecnologia e, sobretudo a busca pelo equilíbrio financeiro, corre sérios riscos de ser alijada do mercado.

Antes de começar vamos determinar quais são os possíveis métodos que você pode aplicar no seu modelo de negócio para terminar o seu gado.

Extensivo (método de pastagens)

Todo sistema que tem como principal característica a exploração de grande extensão de terra com poucos insumos. O baixo nível tecnológico desse sistema implica em baixa produtividade, normalmente esse produtor é extrativista.

  • As estratégias nutricionais não são utilizadas;
  • Baixas lotações;
  • Idade média de abate > 30 meses;
  • Pouca ou nenhuma competitividade na terminação de animais, com desfrute muito baixo;
  • Ganho médio diário até o sobreano abaixo de 440 g/dia.

Semi-extensivo

Sistema de criação de gado à solta, porém com alguns cuidados quanto  à seleção e ao aprimoramento do rebanho. Não existe um padrão de atuação para o modelo de pecuária semi-extensiva e na prática é um mescla da pecuária extensiva com a pecuária intensiva em alguma proporção.

  • O foco é minimizar perdas ao invés de maximizar ganhos (sal proteinado);
    Idade média de abate entre 24 e 30 meses;
  • A composição de carcaça passa a ser mais importante do que as características de crescimento, especialmente a precocidade de terminação de carcaça;
  • O ganho médio diário até o sobreano entre 440 a 550 g/dia.

Semi-intensivos

São aqueles em que os animais recebem algum tipo de suplemento alimentar na pastagem.

  • Intensificação ocorre em pelo menos 2 etapas da produção;
  • A terminação necessariamente precisa estar intensificada;
  • Idade média de abate entre 20 e 24 meses;
  • O ganho médio diário até o sobreano ± 550 a 660 g/dia;
  • Associada de estratégias nutricionais.

Intensivos

São aqueles em que se tem um grande número de animais por hectare, em pastagens com alta capacidade de suporte ou em confinamento.

  • A intensificação ocorre em todas as etapas da produção (cria, recria e engorda).
  • Lotações elevadas.
  • Idade média de abate < que 20 meses
  • Ganhos médios diários acima de 660 g/dia.

Trabalho à campo

Para Ney os pontos essenciais de avaliação se uma propriedade está pronta pra receber tecnologias que possam ajudar a melhoramento do rebanho são:

  • Nível de gestão da propriedade;
  • Controle dos indivíduos do rebanho (se usa algum tipo de identificação única nos animais, ex: brincos);
  • Padrão dos funcionários e colaboradores que fazem o manejo do rebanho (Fator humano é de longe o principal);
  • Padrão das pastagens (caso há um manejo de correção de solo ou estão degradadas);
  • Qual a idade média de abate dos animais;
  • Determinar se o produtor vai terminar o gado no pasto ou no confinamento;
  • Termina o gado castrado ou inteiro.

Propriedades vizinhas com as mesmas condições, variáveis, raça de gado podem ser completamente opostas: uma pode ser um oasis de produção a outra um deserto, o que realmente conta é a gestão.

Existem touros multifuncionais e outros que são especialistas.

Qual touro escolher

O direcionamento de touros para estruturas distintas entre intensivo e extensivo é definido pelo perfil do animal: biotipo do animal, linhagem – maiores e menores, informações de DEP e informação de campo, perfil de acabamento.

Touros que são especialistas em acabamento de carcaça, normalmente são direcionados para sistemas mais pobres, pois é no extensivo que ele irá expressar sua genética e vai conseguir dar acabamento de carcaça mesmo estando em um ambiente ruim com pastagens degradadas. E outros touros que precisam estar em um sistema intensivo que supra todas as suas altas necessidades de nutrição para que seu desempenho seja notado.

Correlação é negativa

Touros de altissimo ganho normalmente tem uma dificuldade maior de acabamento. Existem linhagens e raças de bovinos que são especialistas em cocho, animais esses que não toleram problemas na alimentação, caso tenha sentirá muito.

Existem touros que são especialistas em acabamento de carcaça

Touros para confinamento

Quando o produtor for escolher qual sêmen irá usar na inseminação de sua vacada através do método de IATF (Inseminação Artificial por Tempo Fixo) e tendo o fator que na desmama irá confinar os animais no método intensivo, ele deverá se atentar às seguintes variáveis:

  1. Animais de estrutura maior (animal irá responder a um nível de nutrição maior e provavelmente terá caixa para encher de carne);
  2. Animais com índice de desempenho (seja por DEP ou Índice próprio) que estão acima da média;
  3. Perfil da vacada (caso tenha matrizes grandes pode-se usar touros menores);
  4. Importante é trabalhar com touros que a probabilidade de dar problemas é pequena.
  5. Pensar duplamente: tanto no acabamento de carcaça quanto às complicações no nascimento caso seja animais muito grandes.

Por fim

A expectativa de lucro de quem confina é maior, pois o capital gira mais rápido e você percebe se vai ter lucro ou prejuízo com menos tempo, diferente do extensivista que praticamente trabalha com extrativista.

Ney Conti
Ney Conti

Ney Conti
Médico Veterinário
Zebu Fértil

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