Especialista compara mercado de açougues e farmácias

Território da Carne indica ações para otimizar mercado de açougues ao compará-los com farmácias; dia de seminário na Expomeat teve como foco a saúde financeira do setor

Com foco na saúde financeira dos açougues, o segundo dia do seminário “Por um mundo com mais açougues do que farmácias”, realizado pelo Território da Carne (TC), na Expomeat 2024, na quarta-feira (24/9), reuniu especialistas para debater estratégias focadas em desempenho a longo prazo.

Ao tratar dos impactos da reforma tributária no setor de carnes, a advogada tributarista e fundadora da Kaliop Lima Advocacia, Kaliop Lima destacou ser imprescindível que, hoje, o responsável por gerenciar uma casa de carnes esteja alinhado às normas vigentes.

“O setor, como um todo, obteve um ganho significativo com a reforma tributária, que é a isenção de impostos para a carne; no entanto, ainda há muitas nuances que precisam ser estudadas e desmistificadas. Dentro de uma casa de carne vendemos diversos produtos derivados da proteína in natura e eles seguirão passíveis de tributação”, explicou a profissional.

Neste cenário, Kaliop alertou que este é o momento de “arrumar a casa”, recolhendo os tributos de forma adequada. “É de suma importância dizer não à sonegação. O mercado pode ser pequeno, mas há alternativas para pagar um imposto adequado e ainda obter lucro. Só assim podemos fazer com que o setor tenha força e possamos efetivamente buscar por mais benefícios”, aconselhou.

Comparação com o setor de farmácias

Já a zootecnista e CEO do Território da Carne, Andrea Mesquita, ao apresentar a palestra tema do seminário: “O segredo por trás do mercado farma que está transformando o varejo de carnes brasileiro”, fez um comparativo entre os setores, destacando estratégias alinhadas à experiência do consumidor – algo muito claro nas redes brasileiras de farmácias.

“Esses dois mercados são distintos, mas estão lado a lado quando pensamos em varejo, por isso é importante identificarmos onde os açougues estão falhando. Em dois anos, o número de farmácias cresceu 9,9% no Brasil, somando mais 90 mil unidades e o principal motivo desse salto é a forma estratégica com que o setor se posiciona”, analisou.

Segundo Andrea, as redes de farmácias levam em consideração diferentes fatores para chamar a atenção dos clientes, como localização, desenvolvimento de fachadas e áreas internas atrativas, elaboração de um processo assertivo de compra de mercadorias, mão de obra e formação de preços objetivas, gestão de informações, padronização de processos, busca contínua por ações de fidelização, proximidade com o digital e delivery, além do foco em educação continuada.

“As farmácias são um grupo, ou seja, trabalham unidas e assim desenvolveram um sistema muito eficaz de negócio baseado em dois pontos: disponibilidade e velocidade na troca de informações e análise de dados – a grande lacuna entre o varejo de farma e o varejo de carnes. Se não temos isso, não podemos tomar decisões objetivas e, consequentemente, todas as outras coisas derivam desses pontos”, afirmou.

Gestão administrativa e financeira de açougues

Para contornar deslizes administrativos, o sócio-diretor da PerFreitas Gestão Administrativa e Financeira, Matheus Freitas pautou erros frequentes dentro dos açougues e que devem ser evitados, como falta de conhecimento financeiro do próprio negócio, movimentações e operações mínimas, como garantia de recebimento, conciliações bancárias e conferência financeira, e desatenção com o fechamento mensal.

Muitas vezes, o açougueiro só pensa em corte, carne e compra e esquece do que acontece por trás das cortinas, como a administração financeira e o RH. Conhecer os próprios números é o primeiro, e grande passo, para entender a necessidades dessas duas frentes e dar ainda mais tempo de vida para os negócios, com qualidade e retorno efetivo”, alertou.

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