Um dos maiores analistas de carne e pecuária do mundo, Simon Quilty, esteve presente no Brasil e falou sobre a pecuária brasileira; “pensei que vocês só produziam commodities”
O Brasil é um dos mais importantes produtores de carne bovina no mundo, resultado de décadas de investimento em tecnologia que elevou não só a produtividade como também a qualidade do produto brasileiro, fazendo com que ele se tornasse competitivo e chegasse ao mercado de mais de 150 países. No que se refere a carne bovina, um dos setores produtivos mais importantes da economia nacional, o Brasil é o segundo maior produtor, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, de acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI).
Já em relação ao ranking de países exportadores, o Brasil está em 1º lugar com relação comercial com 159 países. Somente no ano passado, foram exportados cerca de 2,536 milhões de toneladas de carne bovina in natura e processada. Os principais compradores do produto brasileiro são: China, Estados Unidos, Chile, Hong Kong e Emirados Árabes Unidos.
Para o ano de 2024, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revela que a expectativa é de aumento na produção com 10 milhões de toneladas. Destes, 6,6 milhões de toneladas serão destinados ao mercado interno e 3,5 milhões de toneladas devem ser exportadas.
Toda essa pujança começa a ser reconhecida pelo mundo. Recentemente Simon Quilty, sócio da Global Agri Trends, com 35 anos de experiência no mercado de carne e pecuária falou sobre a carne produzida no Brasil. O Especialista esteve presente no Brasil e concedeu uma entrevista ao podcast da Lygia Pimental, da Agrifatto em junho deste ano.
“Foi muito bom receber em nossos estúdios o Simon Quilty, que sem dúvidas pode ser considerado um dos maiores e mais experientes analistas do mundo!” – ressaltou Lygia.
Considerado um dos maiores analistas de carne e pecuária do mundo, Simon, presente no país pela primeira vez, foi sabatinado por Lygia durante quase duas horas de conversa. Perguntado sobre como ele vê o Brasil hoje, ele foi categórico em afirmar que está muito surpreso com tudo o que viu aqui em terras brasileiras.
“Antes de vir para o Brasil, obviamente tinha outras ideias e pensamentos. Eu realmente acreditava que vocês eram muito fortes em commodities. A carne bovina brasileira congelada exportada para a China é muito competitiva e com preços baixos” – ressaltou o especialista.
Simon diz que na sua opinião pensava que tudo se resumia a commodities, o que é bom e ruim. ” Mas nos últimos dias, você me mostrou algumas coisas únicas sobre o Brasil que eu não sabia, que vocês realmente têm a capacidade de produzir carne bovina de alto padrão, alta qualidade, atender especificações difíceis e produzir com um padrão que é de classe mundial” – revelou Simon.
Lygia complementa que o Brasil pode atender qualquer mercado hoje em dia. “Podemos oferecer commodities, Angus, F1, Wagyu, até mesmo zebu com marmoreio. Isso é realmente uma carta na manda da pecuária brasileira” – ressalta a especialista.
Há 40 anos a imagem que se tinha do mercado brasileiro de carne bovina era bem diferente. O rebanho mal chegava à metade do atual, importava-se muito para abastecer o mercado interno, questões sanitárias sérias impediam exportação, pastagens degradadas marcavam a paisagem das propriedades, a produtividade era baixa.
Em quatro décadas a pecuária bovina sofreu uma modernização revolucionária sustentada por avanços tecnológicos dos sistemas de produção e na organização da cadeia, com claro reflexo na qualidade da carne. O rebanho mais que dobrou, enquanto que a área de pastagens pouco avançou ou até diminuiu em algumas regiões – indicativo claro de aumento da produtividade. Houve também aumento do ganho de peso dos animais, diminuição na mortalidade, crescimento das taxas de natalidade e diminuição do tempo de abate. Ganhos possíveis graças à crescente adoção de tecnologias pelos produtores rurais especialmente nos eixos de alimentação, genética, manejo e saúde animal.
Simon Quilty | Mercado Pecuário: uma visão internacional
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