Escore de locomoção: ferramenta de avaliação do bem estar animal

Avaliar o escore de locomoção ajuda a identificar com rapidez qualquer alteração, evitando o sofrimento animal e prejuízos de produção.

*Artigo publicado originalmente no blog da Fundação Roge

A busca constante por um rebanho leiteiro mais produtivo tem exigido do produtor maior eficiência no manejo. Uma das preocupações é que as vacas de hoje possuem o úbere maior e costumam ser mais pesadas, sobrecarregando o casco, o que pode impactar no sistema locomotor. Avaliar o escore de locomoção ajuda a identificar com rapidez qualquer alteração, evitando o sofrimento animal e prejuízos de produção.

Tipos de escore de locomoção

O escore pode ser utilizado como ferramenta para avaliar o bem estar animal, contribuindo para o diagnóstico precoce. Ajuda a determinar e verificar mais rapidamente o grau de lesão que afeta o sistema locomotor, e com um custo reduzido. Essa técnica permite quantificar a qualidade do andar dos bovinos de leite baseado em uma escala dividida em cinco níveis. O escore 1 corresponde a uma vaca que caminha normalmente, sem desconforto e o escore 5 corresponde a uma vaca com intensa claudicação, incapaz de apoiar sobre um dos membros.

Escore 1: o animal anda muito próximo da normalidade com o lombo reto. Possui a passada longa, a cabeça próxima do nível do dorso e durante o caminhar a cabeça não sacode.

Escore 2: o animal quando está parado apresenta a linha do dorso reta, mas ao andar, essa linha fica levemente curva, e a tendência é o bovino caminhar com a cabeça mais baixa para jogar o peso para frente. Assim, a cabeça se movimenta mais do que precisaria.

Escore 3: é um animal que tem um desconforto visível ao andar. Quando está parado a linha do lombo é arqueada e na locomoção fica mais arqueada, possui passada curta, ou seja, a vaca apresenta desconforto constante. Neste escore, o animal tem desconforto ao ficar parado e ao se locomover.

Escore 4: é o nível em que o animal manca, pois está poupando visivelmente o membro afetado. Com o balanço da cabeça, o bovino joga o corpo para frente como forma de aliviar o peso no posterior e caminha com a cabeça mais baixa.

Escore 5: apresenta grande dificuldade de locomoção, dificilmente vai preferir ficar deitado ou parado, já que tem uma lesão bastante grave. Nesse grupo também estão classificados os animais que estão caminhando entre as pernas.

Veja abaixo a tabela ilustrativa sobre o escore de locomoção: 

Fonte: Milkpoint

Como realizar o escore de locomoção?

O escore de locomoção é uma forma das vacas de leite expressarem o que pensam sobre o ambiente e a alimentação, já que o reflexo de um manejo inadequado impacta nitidamente no comportamento animal.

De acordo com Renata de Oliveira no portal da Milkpoint “recomenda-se realizar a avaliação do escore de locomoção em todo o rebanho, uma vez por mês. Deve-se, observar os animais durante a locomoção espontânea, em uma área plana e com um piso sem irregularidades.”

Com a utilização rotineira do escore de locomoção no rebanho leiteiro, será possível identificar novos casos, oferecer um rápido tratamento e observar a origem do problema, se é na alimentação ou nas instalações físicas da propriedade.

É importante sempre buscar a orientação de um profissional técnico que possa treinar os funcionários da fazenda para implantar essa ferramenta no dia a dia.

Casqueamento Preventivo

O casqueamento preventivo também é uma prática extremamente necessária e deve ser feita pelo menos uma vez ao ano. O produtor de leite pode aproveitar o processo de secagem das vacas para fazer o casqueamento do rebanho.

Saiba outras formas de evitar doenças de cascos em bovinos de leite:

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