Epagri investe no controle biológico de pragas e doenças vegetais

O Lamag tem o objetivo principal de desenvolver estratégias de controle biológico, combater doenças e pragas de plantações e aumentar a produtividade das lavouras sem usar produtos químicos.

A Estação Experimental da Epagri em Itajaí (EEI) conta agora com o Laboratório de Microbiologia Ambiental e Agrícola (Lamag). Inaugurado em novembro, durante as comemorações dos 30 anos da Empresa, o Lamag tem o objetivo principal de desenvolver estratégias de controle biológico, ou seja, combater doenças e pragas de plantações e aumentar a produtividade das lavouras sem usar produtos químicos, que são substituídos por agentes naturais, o que promove a sustentabilidade ambiental dos cultivos de interesse econômico para o Estado.

Segundo Alexandre Visconti, doutor em fitopatologia, pesquisador da EEI e coordenador do Lamag, o laboratório atua isolando e estudando a biodiversidade de microrganismos associados às espécies vegetais nos biomas e agrossistemas catarinenses. “Ao investir em controle biológico, a Epagri faz uma clara opção por sistemas produtivos mais sustentáveis”, esclarece Visconti.

O pesquisador explica que, com base em estudos, será possível indicar aos produtores rurais microrganismos capazes de controlar pragas, doenças e promover o crescimento das plantas, oferecendo-lhes opções aos produtos químicos comumente usados para estes fins nas lavouras. “Considerando a importância que tem a microbiologia no processo de sustentabilidade ambiental, o Lamag propõe-se a desenvolver trabalhos de pesquisa que atendam estas necessidades e as tendências tecnológicas que valorizem os recursos naturais e minimizem o uso de agroquímicos nos sistemas agrícolas os quais a Epagri trabalha”, justifica Visconti. Ele lembra que as soluções biológicas são especialmente interessantes para cultivos orgânicos, que não podem utilizar aditivos químicos.

Banco genético

Entre os diversos objetivos do laboratório, estão testar resíduos supressivos a fitopatógenos habitantes do solo; avaliar indicadores bióticos do solo em resposta à aplicação de diferentes manejos do solo nas culturas; prospectar e bioprospectar microrganismos potenciais agentes de controle biológico e apoiar os trabalhos que utilizam substratos orgânicos em sistemas de produção.

O Lamag vai ainda viabilizar um banco de recursos genéticos microbianos dos biomas catarinenses, onde deverão ser desenvolvidos estudos sobre fisiologia de crescimento e preservação de microrganismos de uso agrícola e ambiental, além de formar e manter um banco de germoplasma microrganismos de interesse agrícola para trabalhos de pesquisa com espécies que são pesquisadas na EEI. Apoiar trabalhos de controle de qualidade de agentes microbianos em plantas e estudos de ecologia microbiana, biodegradação, biorremediação de áreas impactadas por sistemas agropecuários também estão entre os desafios do laboratório.

Entre as diversas rotinas que o Lamag está pronto para executar está a coleta e isolamento da diversidade microbiana de fungos, leveduras, bactérias, actinobactérias. “Em rotinas de prospecção microbiana obtêm-se entre 500 a 1000 diferentes microrganismos”, enumera Visconti.

“O conhecimento adequado destes microrganismos, partindo de sua identificação, conhecimento da etiologia, formas de virulência, ações sinérgicas, propriedades simbióticas e interativas com as espécies vegetais, é de suma importância para o estabelecimento de tecnologias inovadoras, racionais, de menor impacto ambiental e ao homem e de baixo custo”, finaliza o pesquisador.

Fonte: Epagri

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