Epagri/Cepa aponta bom preço para produtores de cebola e alho e queda nos valores de arroz, trigo e leite, confira abaixo uma análise.
Os produtores catarinenses de cebola e alho comemoram o bom momento do mercado e a alta qualidade das lavouras, apesar da falta de chuvas, que eleva os custos com irrigação. Ao mesmo tempo, os produtores de arroz e trigo viram o preço dos grãos cair cerca de 2% em julho. As informações são do Boletim Agropecuário de agosto divulgado pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa).
Em julho, a cadeia produtiva de cebola registrou os melhores preços da hortaliça desde 2015. Há baixa oferta no mercado internacional e, por isso, o mercado brasileiro foi favorável aos produtores catarinenses. O alho manteve a tendência de recuperação de preços no mercado internacional que vem desde o ano passado. A falta de chuvas está obrigando os produtores a fazer irrigação em ambas as culturas, o que deve contribuir para elevar o custo de produção. Por outro lado, as lavouras estão se desenvolvendo bem e em estado fitossanitário excelente.
Enquanto se organizam para o plantio da próxima safra, que inicia em outubro, os produtores catarinenses de feijão também aproveitam o bom momento. O preço pago pelo feijão-carioca teve alta de cerca de 2%, valor 53% maior que há um ano. Para o feijão-preto, o preço foi 1,6% superior ao praticado em junho.
Queda nos preços
Os preços do arroz em casca em Santa Catarina sofreram queda de aproximadamente 2% em julho, em comparação com o mês anterior. A desvalorização contraria o comportamento esperado para este período em que, com a maior parte do produto comercializada e a entrada na entressafra, os preços tendem a subir. A Epagri/Cepa estima que até julho cerca de 86% da produção catarinense tenha sido comercializada.
Os produtores de trigo, que também viram o preço do grão recuar, já encerraram o plantio da safra 2019/20. A expectativa é de uma redução de 8% na área plantada, com aumento de cerca de 3% no rendimento médio. A condição das lavouras é considerada boa, apesar das baixas temperaturas das últimas semanas. A falta de chuvas tem preocupado os produtores – se persistir a estiagem, pode haver redução nas estimativas de produção e rendimento médio das lavouras.
Na produção de leite também há queda nos preços pagos aos produtores provocada, principalmente, por fraca demanda. O boletim da Epagri/Cepa ainda analisa a influência da safra norte-americana de milho sobre os valores pagos aos produtores catarinenses e destaca a reação dos preços da soja no Brasil no início de agosto.
Pecuária
Em julho, Santa Catarina exportou 97,42 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada), registrando queda de 3,42% em relação ao mês anterior e de 39,21% na comparação com julho de 2018. O faturamento do mês foi de US$174,7 milhões – 0,78% menor que o mês anterior e 32,33% inferior a julho de 2018.
O Estado também exportou 35,13 mil toneladas de carne suína em julho, o que significa crescimento de 1,91% em relação ao mês anterior e queda de 19,55% em relação a julho de 2018. O faturamento foi de US$ 75,17 milhões – alta de 3,52% em relação a junho e de 1,29% na comparação com julho de 2018. O valor médio da carne suína in natura exportada por Santa Catarina em julho foi de US$ 2.187,91/tonelada, 19,27% acima da média de julho do ano passado.