Associação dos Criadores de Nelore do Brasil apoia rastreabilidade bovina, voluntária e com prazo para a implantação; entidades de classe defendem período que implementação seja de pelo menos 8 anos
A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), Sociedade Rural Brasileira (SRB), Associação Brasileira Agropecuária (Abrapec), Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Associação Grupo Pecuária Brasil (GPB), Associação Nacional da Pecuária de Corte (Assocon) e Sistema Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) assinam carta em que expressam seu apoio à implantação de um sistema oficial de rastreabilidade individual de bovinos no Brasil. O projeto foi proposto pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Há consenso favorável, mas o grupo faz ressalvas em relação à forma de implementação. “Defendemos que o sistema de rastreabilidade deva ser implementado de forma independente e não obrigatória. Para nós, embora a proposta seja desafiadora, pode trazer vantagens para os pecuaristas”, destaca André Bartocci, diretor da ACNB. “A rastreabilidade voluntária possibilita uma diferenciação no mercado”.
Outro ponto enfatizado pela ACNB e demais entidades é a necessidade de prazo para a implementação do sistema. O grupo sugere um período mínimo de 8 anos para a plena adoção da rastreabilidade bovina. Esse prazo é para que os produtores possam se preparar para o cumprimento de todas as implicações operacionais que a questão envolve.
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O diretor da ACNB reforça o compromisso da associação com o desenvolvimento da pecuária brasileira. “A entidade apoia a implantação de mecanismos que certifiquem a origem dos produtos animais, desde que eles não sejam excludentes, que sejam justos e voltados para o crescimento dos produtores”, complementa o dirigente da associação que há 70 anos tem se dedicado ao fomento, à defesa e à valorização do Nelore, contribuindo para a seleção zootécnica e a produção de carne bovina de qualidade para a população.
Confira a íntegra da carta publicada pelas entidades:
“Carta de posicionamento sobre a intenção de implantação de um sistema de rastreabilidade individual de bovinos no Brasil
“Em entendimento consensuado, em reunião realizada no dia primeiro de agosto deste, proposta pelo Departamento de Pecuária da Sociedade Rural Brasileira, as instituições abaixo assinadas manifestam sua opinião a respeito da intenção de implantação de um sistema de rastreabilidade oficial individual de bovinos, do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil.
“As entidades são favoráveis à rastreabilidade bovina. Concordam que implementar um processo de rastreabilidade bovina de forma independente e não obrigatória, e com prazo maior de implementação, pode oferecer uma vantagem competitiva significativa para os produtores. Embora a adoção voluntária possa parecer desafiadora, ela pode trazer benefícios substanciais e diferenciados que aumentam a qualidade do produto e destacam, o produtor e o produto no mercado.
“Portanto, o posicionamento das entidades aqui subscritas, expressa o desejo de que o modelo a ser adotado, seja nas condições descritas nesta, propiciando uma forma justa e voltada ao desenvolvimento dos produtores representados pelas entidades aqui presentes.
“‘Em suma as instituições são favoráveis à implantação de mecanismos com o objetivo de certificar a origem dos produtos animais brasileiros, de forma voluntária, não obrigatória, com um prazo de implantação mais longo com um mínimo de 8 anos.'”