Entenda a alta nos preços do azeite

Um estudo revela que os preços do azeite de oliva extra virgem aumentaram mais de 40% ao longo de um período de 12 meses.

Os valores do azeite no mercado nacional continuam a subir sem mostrar sinais de desaceleração. Entre fevereiro de 2023 e o mesmo mês em 2024, os valores médios das garrafas de 250 ml do azeite extra virgem aumentaram em impressionantes 51,4%, enquanto aquelas de 500 ml aumentaram em 43%. Durante esse período, os pequenos recipientes de azeite viram seus preços saltarem de R$ 20,03 para R$ 30,33, enquanto os maiores pularam de R$ 31,58 para R$ 45,17.

Os azeites virgens de 250 ml sofreram um aumento de 25% em seus preços, enquanto os de 500 ml registraram um aumento ainda maior, de 48,3%. Essas descobertas derivam de um estudo conduzido pela consultoria Horus Inteligência de Mercado, que analisou meticulosamente 500 milhões de notas fiscais emitidas por mês em estabelecimentos comerciais por todo o território nacional.

Como resultado, o azeite virgem de 500 ml, que custava em média R$ 26,93 em fevereiro de 2023, alcançou a marca de R$ 39,93 em fevereiro de 2024. Uma análise preliminar da consultoria sugere que nos primeiros 21 dias de março, os preços médios do azeite virgem de 500 ml subiram ainda mais, atingindo em média R$ 43,37.

No caso dos recipientes de 250 ml, os azeites, que antes eram vendidos por R$ 22,49, agora não são encontrados por menos de R$ 28,14.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) classifica como azeite de oliva extra virgem aquele que possui uma acidez máxima de 0,8%, enquanto o azeite virgem é definido como aquele com acidez entre 0,8% e 2%.

Por que os preços do azeite estão nas alturas?

Uma quebra histórica na colheita de azeitonas na Europa durante o período de 2022/23, resultado da seca causada pelo fenômeno El Niño, reduziu em 20% a produção global de azeite. Em vez dos habituais 3,3 milhões de toneladas, apenas 2,7 milhões de toneladas foram produzidas, conforme relatado pelo Conselho Internacional da Azeitona (CIA, na sigla em inglês).

Como resultado, as exportações foram afetadas e o Brasil, um dos principais importadores desse produto, reduziu suas compras de 100 mil toneladas em 2022 para 80 mil toneladas em 2023.

azeite
Imagem: iStock

Menos compras, preços mais altos

Com os preços em alta, os consumidores estão adquirindo menos azeite, conforme evidenciado pelos dados sobre a incidência do produto em notas fiscais. A taxa de incidência indica a frequência com que o produto é encontrado em cada 100 notas fiscais analisadas. Em fevereiro de 2023, essa taxa era de 4,3%, caindo para 2,4% em fevereiro deste ano, o que significa que apenas 2,4 de cada 100 notas fiscais continham a categoria azeite.

Além de comprar menos, é comum que os consumidores optem por garrafas de tamanho menor, com 250 mililitros. No entanto, “é fundamental calcular o preço por litro do produto”, sugere Anna Carolina Fercher, diretora de insights da consultoria. Isso ocorre porque, embora os valores das garrafas menores pareçam mais atrativos, nem sempre o são.

De acordo com os preços médios praticados em fevereiro, o litro do produto vendido em garrafas de 250 mililitros custava R$ 121,32, enquanto o mesmo volume vendido em garrafas de 500 mililitros custava R$ 90,34. A consultora também aconselha os consumidores a compararem os preços de todas as marcas disponíveis.

Tendência de preços em ascensão

Para a safra 2023/24, tudo indica que os preços do azeite permanecerão em níveis elevados. Isso se deve ao fato de que, embora as previsões apontem para um pequeno aumento de 9% na produção na Europa, totalizando 1,5 milhão de toneladas de azeite no período, essa quantidade não será suficiente para suprir a demanda.

As condições climáticas adversas, como o excesso de chuvas em algumas regiões produtoras e a seca em outras, prejudicaram o rendimento dos pomares. Além disso, a safra 2023/24 corresponde ao ano de baixa produção das oliveiras, que seguem um ciclo bianual. Esse contexto provavelmente resultará em uma queda nas exportações e, consequentemente, no consumo global do produto.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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