A oferta do boi gordo permanece significativa, e as indústrias não encontram grandes dificuldades para compor suas escalas de abate. Cabe ressaltar que a situação das pastagens, desgastadas e com chuvas esparsas no Centro-Norte do país, dificulta a retenção dos animais pelos pecuaristas; veja as cotações
O mercado físico do boi gordo no Brasil registrou preços estáveis nas principais regiões de produção e comercialização. De acordo com Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado, ainda houve transações abaixo das médias de referência, refletindo um cenário de incerteza e cautela.
Muitas indústrias frigoríficas estão ausentes das compras de gado, avaliando estratégias para o restante da semana. A oferta de bovinos permanece significativa, e as empresas não encontram grandes dificuldades para compor suas escalas de abate. Cabe ressaltar que a situação das pastagens, desgastadas e com chuvas esparsas no Centro-Norte do país, dificulta a retenção dos animais pelos pecuaristas; veja as cotações
O movimento de desvalorização das cotações do boi gordo continua no mercado físico e futuro, relatam as consultorias do setor que acompanham diariamente a movimentação dos negócios nas principais praças brasileiras.
“Com o fim das chuvas (na maior parte das regiões pecuárias), o pecuarista vai encontrando cada vez mais dificuldade em reter o gado no pasto, aumentando a necessidade de negociação com os frigoríficos”, relata a consultoria.
Diante de tal cenário, a média nacional das escalas de abate finalizou a semana em 12 dias úteis, com avanço de um dia útil perante ao quadro observado na semana anterior – foi o maior nível desde agosto/22, aponta a Agrifatto.
“Para semana em curso, visualizamos mais espaço para quedas no mercado físico do boi gordo, principalmente diante de um mercado atacadista fraco e pressionado pelo excesso de oferta”, ressaltam os analistas.
Mercado futuro
No mercado futuro (B3), a pressão negativa ainda acomete os vencimentos para este ano, mas, diz a Agrifatto, tal movimento perdeu um pouco a intensidade durante a última semana. O contrato com vencimento em junho/24 foi o que mais perdeu força, fechando sexta-feira a R$ 226,80/@, um recuo semanal de 0,37%.
No entanto, os contratos mais longos demonstraram um pouco mais de firmeza e o vencimento para outubro/24, que na semana anterior atingiu o menor patamar desde que começou a ser negociado na B3, registrou leve alta no fechamento semanal.
“Os operadores do mercado futuro voltaram a acreditar que há espaço para alta do boi gordo em alguns contratos”, relatam os analistas da Agrifatto. Com isso, na visão da consultoria, o mercado físico fraco e pressionado ainda influenciará negativamente nas cotações dos contratos futuro com vencimento mais curto.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o indicador do boi gordo registrou uma queda de 2,43% na última semana, fechando com um preço médio de R$ 226,73 por arroba. Esse recuo reflete o aumento da oferta de bovinos e a pressão das indústrias sobre os preços devido a estoques elevados. Na data de 20 de maio de 2024, o indicador Cepea/B3 do boi gordo foi cotado a R$ 225,60, com uma variação mensal negativa de 1,64%. Esses números indicam um mercado sob pressão, influenciado pela maior oferta e demanda reduzida.
Preços do boi gordo pelas principais praças do país, segundo Agrifatto
- São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abates de treze dias;
- Minas Gerais — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de treze dias;
- Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de dez dias;
- Mato Grosso — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de doze dias;
- Tocantins — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de catorze dias;
- Pará — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de catorze dias;
- Goiás — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de treze dias;
- Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de treze dias;
- Maranhão — O boi vale R$200,00 por arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de onze dias;
- Paraná — O boi vale R$220,00 por arroba. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de dez dias.
Mercado atacadista
O mercado atacadista de carne bovina iniciou a semana com quedas significativas nos preços. Segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, o quarto traseiro foi cotado a R$ 17,30 por quilo, uma redução de R$ 0,60. O quarto dianteiro teve seu preço ajustado para R$ 13,25 por quilo, caindo R$ 0,45.
Já a ponta de agulha foi precificada a R$ 13,00 por quilo, registrando uma queda de R$ 0,15. Essas reduções refletem a desaceleração na demanda, típica da segunda quinzena do mês, e a pressão sobre o mercado devido ao excesso de oferta.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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