Preços da arroba do boi gordo ultrapassaram o valor de R$ 250 na última semana devido a pressão sofrida pela indústria; a demanda de carne bovina segue bastante aquecida
O mercado físico do boi gordo registrou preços em alta ao longo da semana. Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade deste movimento no curto prazo. Isso acontece em linha com a atual posição das escalas de abate, que seguem encurtadas em grande parte do país, com uma média de seis a sete dias úteis.
Seguimos escalando preço ladeira acima, de modo que para alguns o número redondo do texto já é realidade há alguns dias, mas para a praça referência (SP), virou fato nessa semana.
Na última sexta-feira (06/09), o mercado físico do boi gordo apresentou estabilidade nos preços. O principal destaque foi o Tocantins, que teve uma valorização diária de 0,78%, com o boi gordo cotado a R$ 222,47/@. O Pará foi o único estado a registrar queda, com recuo de 0,14%, fechando o dia a R$ 245,50/@.
Na Bolsa de Valores (B3), o cenário foi de euforia, com os contratos de out/24 a jan/25 atingindo as suas máximas, em evidência o contrato com vencimento em jan/25, com valorização diária de 0,82%, ficando cotado a R$ 264,75/@. O contrato com vencimento mais próximo, set/24, avançou 1,09% no dia, encerrando a semana a R$ 250,70/@.
O mercado físico do boi gordo manteve seu viés de alta ao longo da semana, impulsionado pela maior demanda por carne bovina no início do mês, intensificada pelo feriado da Independência do Brasil, celebrado no sábado.
Com a oferta limitada de animais terminados, a média semanal das escalas de abate na média Brasil atingiu 7 dias úteis, demonstrando estabilidade no comparativo semanal, no entanto, com o sentimento de que possa recuar ainda nos próximos dias.
Dado o clima seco e a menor disponibilidade de animais a pasto, espera-se que essa tendência de alta continue ao longo do mês, sustentada por uma forte demanda.
Em relação à demanda de carne bovina, o mercado segue bastante aquecido, com forte ritmo de exportação, em um ambiente em que o Brasil é o grande fornecedor de proteínas de origem animal em escala global. “A demanda doméstica também está aquecida neste momento”, destaca Iglesias.
Preços da arroba do boi na semana
Os preços médios da arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do país estavam assim no dia 6 de setembro:
- São Paulo: R$ 251,43, contra R$ 243,28 em 30 de agosto, alta de 1,37%
- Goiás: R$ 239,36, ante R$ 235,75 (+0,78%)
- Minas Gerais: R$ 235,94, sobre R$ 234,41 (+2,33%)
- Mato Grosso do Sul: R$ 250,25, contra R$ 248,55 (+1,1%)
- Mato Grosso: R$ 218,72, ante R$ 216,30 (+2,2%)
Exportações de carne bovina atingem recorde histórico
As exportações brasileiras de carne bovina atingiram 248.061 toneladas em agosto de 2024, gerando uma receita de US$ 1,072 bilhão, marcando o melhor desempenho histórico para o mês de agosto. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve um crescimento de 16,5% no volume exportado e 13,7% no faturamento.
No acumulado do ano, o país já exportou 1,8 milhão de toneladas (+27,9% em relação a 2023), com uma receita total de US$ 7,9 bilhões (+18,7%). Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), divulgados nesta quinta-feira (05).
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o crescimento contínuo das exportações reflete o empenho do setor, em parceria com o Governo Federal e a Agência Brasileira de Fomento às Exportações e Investimentos (ApexBrasil), na abertura de novos mercados por meio do projeto Brazilian Beef. Hoje, o Brasil já exporta carne bovina para mais de 150 mercados globais.
Com informações de Safras & Mercado e Agrifatto
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