Energia solar: Revelado o segredo de projeto mineiro

São 128 kw de pico, movimentando 10 lances de pivô, gerado por energia solar; na propriedade, irriga 96 hectares, por 6 a 8 horas diárias

Chegou ao fim um segredo de meses. Foi revelada em Live promovida pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES, nesta quinta (16/7), a cidade mineira onde está instalado o primeiro pivô totalmente movido por energia solar no mundo: Perdizes.

O projeto, em testes há mais de seis meses, será lançado oficialmente até o fim do mês. Além da geração direta de energia para o pivô, o equipamento traz como grande inovação a potência alcançada, em larga escala. São 128 kw de pico, movimentando 10 lances de pivô. Na propriedade, irriga 96 hectares, por 6 a 8 horas diárias.

O equipamento já está pronto para ser comercializado, e a fabricante (Solbras/Valley, uma multinacional brasileira com sede em Uberaba) já conta com pedidos de outros países. O investimento, segundo o diretor presidente, Rui Ruas, depende da escolha de fatores como o tipo de tecnologia – fixa ou móvel –, do tamanho da área e tempo de irrigação: “Neste projeto pioneiro, instalado em Perdizes, o investimento ficou em pouco mais de R$ 500 mil”.

“Minas Gerais tem uma insolação muito boa e uma vocação agrícola. O agronegócio tem grande potencial para a energia solar, e representa 80% dos projetos instalados pela Valley. Por isso, a escolha de Perdizes para esse projeto inovador foi perfeita”, explicou Rui.

Com o tema “Energia solar no campo”, a Live foi oportunidade para os produtores rurais conhecerem o crescimento do setor, as inovações e as oportunidades de investimento na geração de energia limpa nas fazendas.

“Energia limpa é uma tendência que precisamos incorporar aos nossos processos produtivos, sobretudo na agricultura. O futuro demandará mudarmos nossa matriz energética, caminhando para fontes sustentáveis.”
“Outro caminho que precisaremos trilhar é o da irrigação. A FAO projeta que, para garantir alimentação à população mundial, que cresce exponencialmente, o Brasil precisaria aumentar em, pelo menos, 40 % a produção agropecuária, que já é muito grande. E isso, com cada vez menos terras disponíveis. Não há como atender esta meta sem irrigação.” – Roberto Simões, presidente do Sistema FAEMG/ SENAR / INAES.

“Gerar e ter energia disponível é muito mais do que um direito, é uma grande oportunidade de negócio também. Todo ano o produtor planta, espera a chuva ou irriga (melhor alternativa) e encara o risco de pragas. Mas tem uma safra que pode ser colhida todo mês que é a safra de energia. E pode ser para sempre.”

“É possível ganhar dinheiro com ela e ter energia disponível para avançar em áreas remotas, em que só seria possível cultivar com irrigação. Cada vez mais, as novas áreas disponíveis são áreas mais arriscadas, que precisam de irrigação. E o fator limitante para isso é energia. Por isso, a importância destes novos projetos de energia solar.” – Rui Ruas, diretor presidente da Solbras.

“A energia solar tem um espaço ainda muito grande para ocupar dentro da matriz elétrica brasileira e a perspectiva é muito boa – temos visto um crescimento muito grande do setor. A projeção é que, em 2050, a energia solar vai ser a maior fonte de energia elétrica do Brasil, passando inclusive a fonte hídrica. E tivemos um fenômeno muito importante este ano que foi a geração distribuída (que é a energia solar gerada perto do centro de consumo) ter ultrapassado a capacidade instalada da geração centralizada solar (que são os grandes empreendimentos e plantas construídas)” – Bárbara Rubim, vice-presidente de Geração Distribuída da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica)

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