Empresa investe R$ 40 mi e compra a maior frota de caminhões

Com 50 caminhões adquiridos desde 2020, 17 deles em operação, transportadora têm atendido multinacionais com metas para redução das emissões de CO2.

Dos 150 caminhões a gás já vendidos no país desde outubro de 2019, quando foi lançado o primeiro modelo da categoria, 50 pertencem a uma única empresa. Com sede em São Paulo, a TransMaroni fechou em abril deste ano a encomenda de 39 veículos de uma só vez – a maior já registrada no país. A verificação do recorde é simples, já que apenas uma montadora dispõe desta tecnologia atualmente no mercado.

“A coisa foi evoluindo com o primeiro lote e depois tomando corpo e fomos conversando com os nossos clientes também e agora, recentemente, completamos o lote de 50 caminhões com entrega até final de 2021”, relata o diretor de novos negócios da transportadora, Sergio Pupo.

Ao todo, a empresa já investiu R$ 50 milhões em iniciativas de sustentabilidade, sendo cerca de 70% a 80%, em média, na aquisição da frota a gás. Atualmente, os veículos estão sendo usados nos segmentos alimentício, varejo, higiene e limpeza, cosméticos e e-commerce, atendendo rotas de cinco Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo e Santa Catarina).

As distâncias são metade do que as normalmente realizadas pela empresa, que atua em todo território nacional, devido à restrição da oferta do combustível nos demais Estados. A intenção, contudo, é ampliar ainda mais o uso de fontes alternativas de energia.

“A gente também vem conversando com distribuidores de gás para poder cada vez mais viabilizar essa nossa expansão territorial e consequentemente a gente negocia também questões de valores. Mas isso ainda está sendo construído”, revela o executivo.

A estratégia, conta, passa por substituir o combustível fóssil pelo biometano – o que permitiria reduzir de forma expressiva as emissões de CO2. Entre os contratos de frete já firmados, estão companhias multinacionais como B2W, Carrefour, Grupo Big, JBS, L´Oréal, Nestlé e Unilever.

“Tem várias demandas dos próprios clientes buscando essas soluções mais sustentáveis, principalmente empresas de capital aberto que estão sediadas nos países que fizeram o Acordo de Paris, mas a gente não se restringe só a elas. Hoje o mercado começa a se ampliar e a gente começa, sim, a buscar oportunidades dentro de empresas de capital nacional e outros segmentos”, conta Pupo.

Além do investimento em veículos a gás, a empresa também tem buscado treinar seus motoristas para reduzir o consumo de diesel nas demais operações e desenvolveu um programa de logística reversa de embalagens usadas no transporte.

“A gente tem plena consciência da nossa responsabilidade de entregar uma logística mais limpa e dentro do nosso negócio a gente vem, buscando sim algumas alternativas. E partindo para o lado de transporte, o que temos disponível no mercado em termos de tecnologia é o caminhão a gás”, explica o executivo.

Desenvolvidos pela Scânia, os caminhões pesados movidos a gás operam tanto com gás natural quanto com biometano. Segundo a empresa, os motores de ciclo otto usados nesses veículos foram desenvolvidos especificamente para esses combustíveis, apresentando desempenho e força semelhante ao caminhão a diesel.

“A segurança é total em caso de acidentes ou explosão. Os cilindros e válvulas são certificados pelo Inmetro (em conformidade com a lei). São três válvulas (vazão, pressão e temperatura) que liberam o gás em caso de anomalia em um destes três quesitos. Os cilindros são extremamente robustos (o material é de ogivas de mísseis)”, detalha a empresa em nota.

Em caso de incêndio ou batida o gás, de acordo com a companhia, é liberado para a atmosfera e se dissolve sem perigo de explosão.

Fonte: Globo Rural

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