Galvani bate recorde de produção de concentrado fosfático para fertilizantes em janeiro; empresa investiu R$ 200 milhões para dobrar a produção na Bahia
A escalada dos custos de fertilizantes já vinha acontecendo em 2021, mas a escassez desses produtos no mercado internacional, desde o início dos ataques da Rússia à Ucrânia, provocou a disparada nos valores praticados, elevando os custos da produção agrícola em todo o País, que importa 85% dos fertilizantes que utiliza na agricultura, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). Isso fez com que o país se revirasse para encontrar outras alternativas para suprir a demanda reprimida.
A Rússia, sozinha, representa 23% da importação nacional de fertilizantes – Mesmo que os problemas de fornecimento venham a ser sanados a curto prazo, já não há como impedir o impacto econômico imediato. A falta de insumos prejudica a programação das safras que terão início nos próximos ciclos sazonais, pois a produção e a logística das exportações de fertilizantes já está sendo comprometida.
Empresas suprem parte da demanada
A Galvani, empresa brasileira de produção verticalizada de fertilizantes, produziu mais de 24 mil toneladas de concentrado fosfático em sua unidade de mineração em Angico dos Dias — Campo Alegre de Lourdes (BA). O volume representa um aumento de mais de 100% em comparação com o mesmo período do ano passado. “Investimos em melhorias operacionais e elevamos a performance de gestão da lavra. Isso só foi possível devido ao engajamento de toda a equipe. Um trabalho em conjunto que deu resultado”, afirma Nelson Canato, diretor de Operações da Galvani.
O concentrado fosfático é matéria-prima para a produção de fertilizantes fosfatados, insumo essencial para o agronegócio. Ao sair de Angico dos Dias, o concentrado é transportado para o Complexo Industrial de produção de fertilizantes de Luís Eduardo Magalhães, onde a Galvani fabrica e entrega, anualmente, cerca de 600 mil toneladas de fertilizantes fosfatados.
Com um robusto plano de expansão, a Galvani está investindo R$ 200 milhões para dobrar a produção de fertilizantes em Luís Eduardo Magalhães, que deve saltar de 600 mil toneladas para 1,2 milhão de toneladas por ano.
A Galvani é uma empresa 100% brasileira que atua no setor de fertilizantes desde a década de 1960. É líder em produção e distribuição no Matopiba, região agrícola que compreende os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Possui unidades de mineração e beneficiamento em Angico dos Dias e Irecê, um complexo industrial em Luís Eduardo Magalhães, todos na Bahia, e escritórios corporativos em Campinas (SP) e na capital paulista.
US$ 650 milhões em investimento
Em 2022 a empresa anunciou um planejamento de investir US$ 650 milhões em projetos para ampliar sua capacidade de produção e distribuição de fertilizantes, contribuindo para que o Brasil alcance as metas definidas no Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), lançado recentemente pelo governo federal e que tem como principal objetivo reduzir a dependência brasileira de fertilizantes importados.
De acordo com o presidente do Conselho da Galvani, Rodolfo Galvani Jr., os projetos de investimento visam a duplicação da capacidade de produção em Luís Eduardo Magalhães, a instalação de uma unidade de concentração em São João do Piauí (PI), a implantação do projeto Santa Quitéria, no Ceará, melhorias no porto do Mucuripe, também no Ceará, e mais três centros de distribuição, sendo um no Piauí e dois no Pará.
Desses projetos, o mais importante é o Santa Quitéria, para o qual estão previstos investimentos de US$ 580 milhões. No empreendimento, a Galvani está consorciada com a INB (Indústrias Nucleares do Brasil), que detém os direitos da jazida e que ficará com o urânio que será separado do fosfato. O principal objetivo da Galvani é extrair o fosfato e transformá-lo em fertilizantes de alto teor para a agricultura e em fosfato bicálcico, que é utilizado para ração animal, marcando a entrada do grupo no mercado de nutrição animal, principalmente gado, nas regiões Norte e Nordeste.
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