O total de investimentos das quatro entregas chega a 40 milhões de reais para o setor, o prazo de execução programado é de 24 meses
Em solenidade realizada no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), na tarde do dia 28 de março, foram anunciadas quatro encomendas contratadas, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) voltadas ao desenvolvimento do agro nacional. Com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Tecnológico (FNDCT), duas delas serão executadas pela Embrapa. A primeira terá como foco o desenvolvimento de soluções tecnológicas para o aumento da eficiência de fertilizantes (Rede FertBrasil), com recursos de 11 milhões de reais, e a segunda, o avanço científico e tecnológico às funcionalidades do solo (PronaSolos), a qual serão destinados 12 milhões de reais. Em ambas, o prazo de execução programado é de 24 meses. O total de investimentos das quatro entregas chega a 40 milhões de reais para o setor.
“A importância da parceria entre os ministérios é fundamental para a agricultura brasileira, cujas conquistas começaram a ser construídas há cerca de 50 anos,”, disse a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, presente à solenidade. Referindo-se à transformação do Brasil de importador em exportador de alimentos, ela destacou a urgência de soluções principalmente na área de fertilizantes, que garantam a redução da dependência do mercado nacional de outros países. “Para que a agricultura brasileira siga garantindo a segurança alimentar interna e de outros 160 países para os quais exporta alimentos, é necessário investir”, comentou, ressaltando o lançamento recente do Plano Nacional de Fertilizantes.
Para o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, a iniciativa reforça o papel da transversalidade da ciência. “Sobre isso, destaco a importância da Embrapa no contexto do agro”, destacou, ao ressaltar o trabalho de pesquisadores, que colaboram com o desenvolvimento do setor, na busca por soluções que contribuam com a produtividade e a sustentabilidade no campo.
Estiveram presentes à solenidade, no auditório do MCTI, em Brasília, o presidente da FINEP/MCTI, Waldemar Barroso, o secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales, o diretor de Inovação da FINEP/MCTI, Otávio Burgardt. Representando o presidente da Embrapa, Celso Moretti, estava o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Alexandre Alonso, acompanhado pelo chefe-geral da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro da Silva Neto, e da gerente de Relações Institucionais e Governamentais (GRIG) da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire) da Embrapa, Cynthia Cury.
O secretario de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales, que preside o CT-Agro, explicou como foi o trâmite para a liberação dos 40 milhões de reais a serem investidos nas entregas contratadas. “Primeiro deve passar pela comissão setorial, para análise das prioridades para o setor, e posteriormente foram apresentados os projetos avaliados pela comissão dentro do CT-Agro”, disse. “Depois de avaliados e aprovados, o passo seguinte foi a aprovação dentro da secretaria executiva do MCTI e finalmente pelo conselho diretor do FNDCT. Existe um caminho criterioso e rigoroso para esses projetos sejam eles chamadas públicas ou contratações diretas, as encomendas”, afirmou.
Morales chamou a atenção ainda sobre o empenho de vários segmentos, entre os eles o Congresso Nacional, para que fosse possível o descontingenciamento de recursos, que darão perenidade aos investimentos. “Não se faz pesquisa sem planejamento”, garantiu. “Em 2021 foram aprovados, dentro do CT-AGRO, um montante de R$61,1 milhões. Em 2022 R$76 milhões num total de R$137 milhões nos projetos para o desenvolvimento do setor de agronegócio no Brasil”, concluiu.
Para o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP/MCTI), Waldemar Barroso, “a pujança do agronegócio brasileiro só é possível graças aos investimentos em ciência, tecnologia e inovações”. “Por isso, quando olharmos para o futuro veremos várias inovações no agronegócio que têm como origem as iniciativas como essa, por meio do MCTI com a participação operacional da FINEP”, avaliou.
Saiba mais sobre os quatros projetos anunciados:
– Rede FertBrasil – Governança e soluções tecnológicas para o aumento da eficiência agronômica dos fertilizantes
O projeto FertBrasil, executado pela Embrapa, tem o objetivo de consolidar a rede como referência para a geração de tecnologias, processos e serviços que alavanquem uma nova indústria nacional de fertilizantes, aumentem a eficiência de uso e minimizem o impacto ambiental negativo dos fertilizantes e insumos para a nutrição de plantas. O projeto possui recursos de cerca de R$ 11 milhões para execução no prazo de 24 meses.
– Pesquisa e Desenvolvimento para produção do fermento Terroir do Semiárido brasileiro para aplicação em produtos lácteos
Projeto executado pelo Instituto Nacional do Semiárido (INSA), unidade de pesquisa do MCTI. O objetivo desta proposta é de desenvolver tecnologicamente fermentos autóctones, tidos como “Terroir do Semiárido Brasileiro”. Recurso de R$ 6,6 milhões num prazo de 36 meses.
– Novas tecnologias de avaliacão genética aplicadas aos Programas de Melhoramento da Cana-de-açúcar
Conduzido pela Universidade Federal de Goiás (UFG) com a participação de outras universidades brasileiras, inclui o desenvolvimento de plataformas de fenotipagem em larga escala, desenvolvimento de variedades transgênicas de cana-de-açúcar, caracterização molecular de bancos de germoplasma de cana-de-açúcar e cana-energia e desenvolvimento e uso de seleção genômica nos programas de melhoramento genético. Projeto com recursos de cerca de R$ 12 milhões e prazo de execução de 36 meses.
– PronaSolos: Rede para o avanço científico e tecnológico aplicado às múltiplas funcionalidades do solo, executado pela Embrapa Solos com o objetivo de estabelecer uma rede de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) para ampliação da capacidade nacional e competitiva em C&T e do desenvolvimento e aperfeiçoamento de conhecimento e de tecnologias relativos ao levantamento de solos e sua interpretação de uso em escalas iguais ou mais detalhadas que 1:100.000, compatíveis ao planejamento rural estadual, municipal e de microbacias hidrográficas, indispensáveis para garantir o desenvolvimento agroambiental sustentável no Brasil. O projeto possui recursos de cerca de R$ 12 milhões com prazo de execução de 24 meses.
Os projetos Rede FertBrbasil e PronaSolos envolvem toda a rede de unidades descentralizadas da Embrapa e também diversos parceiros estratégicos, como Universidade Federal de Viçosa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Fundação Universidade Federal de Mato Grosso e Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Fonte: Embrapa