“Temos que saber quais abelhas são mais indicadas para a cada região, como alimentá-las no período entre as floradas, como manter a qualidade do mel”.
Com o objetivo de discutir a formalização de uma parceria entre a Embrapa Meio-Norte e a Associação dos Apicultores Familiares do Brasil (Apifam), gestores e equipe técnica das duas instituições se reuniram, no dia 19 de janeiro, na sede da Embrapa Meio-Norte , em Teresina, PI.
A proposta em discussão tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento da apicultura brasileira por meio da seleção genética das abelhas melíferas, Apis melíferas, e visa também a promoção e a integração dos atores da rede de conhecimentos, extensão rural e apicultores; difundir as técnicas da troca de rainhas e povoamento de colmeias pela produção de exames e estimar uma base genética de comportamentos indicativos da qualidade das rainhas.
A pesquisadora Patrícia Drumond explica que a proposta é importante, tendo em vista que a captura de enxames de abelhas com caixas-iscas é ainda praticamente o único método utilizado pelos apicultores para o povoamento das colmeias e que este sistema, por depender exclusivamente do aporte da natureza, apresenta resultados aleatórios e, principalmente, exerce uma seleção negativa no plantel por capturar em maior quantidade de compostos com tendência exameatória, característica esta que interferentemente nos resultados de produção e manejo.
Ela ainda que deve ser dada atenção especial à qualidade e genética da rainha, responsável pelo vigor populacional e coesão do enxame em resposta ao feromônio desta, sendo ambos fatores, diretamente, relacionados com a idade da rainha. “A manutenção de rainhas jovens é, portanto, a base para a capacidade de resistência às adversidades em geral e aproveitamento das fontes de alimentos com consequente aumento na produtividade”, acrescenta.
A qualidade da rainha é também uma das satisfeitas pelo presidente da Apifam, Ricardo Hemsing, durante uma reunião. Ele destacou a importância do acesso do apicultor a abelhas com qualidade genética, além dos cuidados com a produção, manejo e com os produtos das abelhas, como mel, pólen e própolis.
“Temos que saber quais abelhas são mais indicadas para a cada região, como alimentá-las no período entre as floradas, como manter a qualidade do mel e manter a produtividade dos apiários. Para isso, os apicultores precisam ter conhecimento técnico para não desistirem da atividade por não saber como cuidar da sua produção e obter lucro. Se não conseguem gerar renda, eles desistem”, comenta.
Caso seja aprovado e implementado, são esperados os seguintes resultados: elaboração de um diagnóstico das características dos compostos de compostos presentes nos principais polos de produção apícola no país; definição de protocolo de seleção e produção de rainhas; difusão das técnicas de manutenção da qualidade do plantel entre os apicultores; troca das rainhas e produção de exames a partir de material genético conhecido e obtenção de benefícios para estruturação de um programa de mapeamento genômico e melhoramento genético na apicultura.
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“De maneira geral, a nossa esperança e anseio é que se consiga fazer um trabalho de pesquisa na apicultura para que nós tenhamos uma apicultura mais produtiva com mel, própolis, pólen e também com a polinização. O Brasil é um grande produtor de grãos e de frutas e a polinização tem papel fundamental para essas culturas”, acrescenta.
além do presidente da Apifam, Ricardo Hemsing, o encontro conto com a participação de Kaesel Damasceno, chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Meio-Norte, e dos investigadores Bruno Sousa, Patrícia Drumond, Maria Teresa Lopes, Fábia de Melo Pereira e Ana Lúcia Horta, que acompanhou com pesquisas em Apicultura e Meliponicultura na Embrapa Meio-Norte. Após a reunião, o presidente da Apifam participou de uma visita ao Laboratório de Controle da Qualidade de Produtos Apícolas da Embrapa Meio-Norte.
Fonte: Embrapa
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