Embrapa lança blockchain para açúcar

Um QR Code nas embalagens do açúcar mascavo produzido pela Granelli permitirá que os consumidores acessem informações sobre o lote do produto

Graças a uma plataforma desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o sistema de blockchain agora pode ser usado por produtores de açúcar. Os primeiros lotes rastreados com a tecnologia da estatal chegam ao mercado em 2022, por meio da Usina Granelli.

A marca é parceira da estatal no desenvolvimento do projeto-piloto. A fábrica está localizada em Charqueada (SP), a cerca de 200 quilômetros da capital, São Paulo.

Um QR Code nas embalagens do açúcar mascavo produzido pela Granelli permitirá que os consumidores acessem informações sobre o lote do produto. Os dados ficam armazenados no Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade (Sibraar).

Lançada pela Embrapa Digital neste ano, a plataforma utiliza a tecnologia blockchain para construir uma sequência temporal e imutável dos registros. Desse modo, será possível conferir informações do lote de açúcar, como a data de produção, a variedade de cana utilizada e a identificação e a geolocalização da propriedade rural que forneceu a matéria-prima.

O produto rastreado da Granelli levará na embalagem um selo Embrapa Tecnologia.

Embrapa garante segurança do blockhain do açúcar

Alexandre de Castro, pesquisador da estatal que liderou o projeto, comenta os avanços trazidos pela ferramenta. Ele explica os mecanismos do blockchain para garantir a integridade das informações sobre o açúcar.

“Com o blockchain, a assinatura digital de cada novo lote do produto inclui as informações codificadas de todos os lotes anteriores, formando uma sequência imutável”, afirma, sobre o sistema de rastreabilidade aplicado ao açúcar. “Se houver qualquer alteração no banco de dados, o código QR etiquetado nas embalagens do produto é automaticamente inativado. Esse é o diferencial quando se utilizam códigos de barras bidimensionais associados à tecnologia blockchain”.

Mercado exigente

Mariana Granelli, diretora de projetos da Usina Granelli, afirma que a tecnologia traz a oportunidade de dar transparência ao processo produtivo e ser reconhecido pelas melhores práticas adotadas. “O mercado está cada vez mais exigente, quanto mais formos transparentes nessa relação, acreditamos que melhor será a nossa reputação junto ao consumidor”, pondera.

Ela estima que a usina vá produzir 4 toneladas de açúcar mascavo com rastreabilidade em 2022. Além disso, a empresa estuda estender o uso da tecnologia para outros itens da linha, como outros tipos de açúcar e destilados alcoólicos.

Uso para outras culturas

A utilização do Sibraar pode ser ampliada para outros sistemas produtivos, conforme explica Stanley Oliveira, o chefe-geral da Embrapa Agricultura Digital. “A partir dessa experiência, a Embrapa tem um arcabouço de conhecimento, que vai reduzir o tempo para desenvolvimento e customização da tecnologia para outras aplicações e culturas”, informou.

Fonte: Revista Oeste

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