O Brasil é amplamente conhecido por figurar entre os maiores exportadores do mundo de soja, café, açúcar, algodão, milho, suco de laranja e proteínas animais. Mas qual o volume exportado desses e de outros produtos agrícolas? Quais são os principais mercados? E como tem sido a evolução da comercialização internacional desses produtos nos últimos 20 anos?
Para ajudar a responder a essas e outras questões, o Sistema de Inteligência Estratégica da Embrapa, Agropensa, lança nesta quarta-feira (15) um painel interativo (Dashboard em Business Intelligence) agregando informações e estatísticas sobre o comércio exterior brasileiro, com mais de 400 produtos e derivados de origem animal/vegetal, no período de 1997 a 2016. Acesse aqui.
Os painéis foram construídos a partir das estatísticas brasileiras de exportações e importações advindas do Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior (Alice Web) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e abrangem inclusive produtos como flores, cacau, castanha de caju, caprinos, ovinos, celulose e papel, e ainda derivados como sucos, bebidas, peles, couros e óleos vegetais.
Para efeito de classificação dos produtos nas categorias elencadas, foi utilizado como fonte o Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (AGROSTAT), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
De acordo com o coordenador do Agropensa, Édson Bolfe, da Secretaria de Inteligência e Macroestratégia (SIM), a navegação pela base de dados é feita por meio de uma série de painéis interativos (dashboards), o que a torna extremamente intuitiva.
“A partir de ferramentas de processamento em nuvem e Bussiness Intelligence é possível realizar milhares de consultas e análises por países e produtos selecionados, onde o usuário poderá gerar gráficos de preço médio (USD/ton) praticado nas exportações e nas importações em cada relação bilateral, estimado a partir do valor monetário e da quantidade comercializada”, explica Bolfe.
O usuário poderá ainda selecionar “todos os países” ou um determinado país, navegando pelo continente desejado no mapa disponível no sistema e escolhê-lo na lista. Em seguida, poderá escolher um produto específico ou “todos os produtos” para visualizar a evolução nos gráficos.
No painel será possível fazer uma consulta customizada de forma rápida e obter os resultados em formato de gráficos, tabela, país destino, ranking, valor e análises comparativas. Os dados serão atualizados anualmente, com acesso ao relatório mensal da evolução de exportação e importação do agronegócio (acesse aqui tutorial sobre como navegar na base de dados).
O painel interativo do comércio exterior gerado pelo Agropensa objetiva gerar uma melhor visualização de dados (data visualization), conceito que vem sendo intensificado por organizações interessadas em fornecer apresentações visuais de informações que permitam a rápida percepção de fenômenos e apoiem o processo de tomada de decisões do setor.
Ferramenta
No ano passado, o Agropensa já havia lançado uma base de dados (acesse aqui) sobre a produção agropecuária brasileira, a partir de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e com navegação baseada em painéis interativos.
Os dados foram coletados desde a década de 1990 e organizados pela SIM em parceria com o Departamento de Tecnologia da Informação (DTI).
As informações são distribuídas em três grandes grupos: pecuária, produção agrícola e abates. Em pecuária, é possível averiguar a produção das principais criações animais: bovinos, caprinos, ovinos, suínos, bubalinos, equinos e galináceos. O tamanho de cada rebanho e as safras podem ser acompanhadas a cada ano. A pesquisa pode ser feita por região do Brasil, estado, região do estado e município.
Para Édson Bolfe, essas bases de dados de produção e exportações brasileiras são uma ferramenta valiosa para pesquisadores, professores, estudantes, jornalistas, gestores, profissionais da área, empresários, analistas financeiros e interessados em geral. “O painel desenvolvido transforma os dados em tabelas de análises de resultados que podem apresentar o recorte e detalhamento que o usuário desejar. É um instrumental de grande apoio ao planejamento estratégico público e privado da agricultura brasileira”.
Eduardo Pinho Rodrigues, via Embrapa