A ciência agropecuária do Brasil divulgou o potencial e as soluções para produzir de forma sustentável e minimizar o impacto das mudanças climáticas.
No encontro de lideranças mundiais para discutir o futuro do planeta, a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que acontece em Glasgow, na Escócia, a ciência agropecuária do Brasil divulgou o potencial e as soluções para produzir de forma sustentável e minimizar o impacto das mudanças climáticas. Uma das principais atrações foi a apresentação, pelo presidente Celso Moretti, dos mapas de carbono orgânico do solo, com ênfase no exemplo da fixação biológica de nitrogênio, ambos desenvolvidos pela Embrapa.
Segundo Moretti, antes do início do evento já havia expectativa em torno dos resultados da pesquisa brasileira, considerada referência. “O próprio presidente da COP26, Alok Sharma, em visita à Embrapa Cerrados, em agosto passado, chamou a atenção para a importância de compartilhar a experiência da nossa ciência com outros países”, lembrou.
“A agricultura é parte da solução e não dos problemas que causam as mudanças climáticas”, disse o pesquisador, referindo-se ao potencial da ciência para garantir sustentabilidade, antevendo desafios e antecipando soluções para o mundo.
A Embrapa fez parte de um painel especial sobre pecuária sustentável e temas como integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), agricultura de baixo carbono, carne carbono neutro e as tecnologias em desenvolvimento de leite carbono neutro e bezerro e couro de baixo carbono. O evento teve também a participação do secretário-adjunto de Clima e Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente, Marcelo Freire, e do CEO da JBS, Gilberto Tomazoni.
Moretti também mediou o painel coordenado pela BRF, multinacional brasileira e uma das maiores empresas globais de alimentos, sobre sustentabilidade da cadeia produtiva de suínos e aves no País. A vice-presidente global de Relações Institucionais, Reputação e Sustentabilidade da BRF, Grazielle Parenti, falou sobre ESG (sigla em inglês para práticas ambientais, sociais e de governança) e redução da produção de gases de efeito estufa.
A repercussão foi evidenciada pela imprensa, por veículos como Canal Rural, Band News e AgroMais, que acompanharam os eventos e deram destaque à participação da Empresa na COP26. Vários veículos também procuraram a Embrapa para tratar do potencial de uso de suas tecnologias a partir da adesão do governo brasileiro a tratados na COP. Além disso, Moretti esteve presente em encontro para discussão de políticas públicas voltadas ao agro global, com participação de representantes da Bayer.
Carbono orgânico
Na manhã do dia 2, Celso Moretti participou do painel “Carbono Orgânico no Solo – Oportunidades e Desafios”, em que destacou a pesquisa da Embrapa Solos, que resultou no lançamento recente dos mapas de carbono orgânico dos solos brasileiros. “O Brasil ocupa o primeiro lugar entre os 15 países que detêm potencial para estocar carbono em nível global. Investir em estudos do solo é fundamental para a descarbonização da agricultura”, comentou.
No painel, estiveram presentes o secretário-adjunto de Clima e Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente, Marcelo Freire; o secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Fernando Camargo, e o associado da Climate Connection Eduardo Brito Bastos.
Fonte: Embrapa