Embarques de carne bovina e arroba do boi gordo; destaques

O Brasil ainda encontra-se “embargado” por conta do protocolo automático que barra exportações para a China diante da suspeita do Mal da “vaca louca”

A suspensão das exportações de carne bovina do Brasil para a China, devido a um caso de “mal da vaca louca” no Pará, ocorrida no dia 23 de fevereiro, pode durar menos tempo que a ocorrida em 2021, última vez em que foram registrados casos atípicos da doença no país, conforme especialistas consultados. O protocolo sanitário da China é considerado um dos mais exigentes entre os países importadores da carne brasileira. 

“Em 2021, foi usada uma questão comercial, porque o preço da carne bovina estava muito alto no mundo inteiro e, de certa forma, isso foi usado para pressionar uma queda de preços”, avaliou recentemente o diretor técnico da Confederação Agricultura e Pecuária do Brasil, Bruno Lucchi.

Outra boa notícia é que os embarques de carne bovina continuam intensos e superam índices de março do último ano, indicando que os envios dos lotes – em trânsito – pré caso atípico do Mal da “vaca louca” continuam a acontecer nos portos brasileiros, segundo informações da consultoria Agrifatto.

Durante os oito primeiros dias úteis deste mês foram exportadas 67,43 mil toneladas de carne bovina in natura, que resultou em média de 8,43 mil t/dia, 21,68% maior do que a média diária da última semana de fevereiro de 2023. A parcial do mês corrente dos embarques diários encontra-se 9,63% superior à registrada em março de 2022, o que indica que os envios da proteína bovina para a China continuam (dos lotes certificados antes do caso de EEB atípico).

“O cenário é diferente hoje. A China inicia as compras de carne agora nesse período, logo depois do Ano Novo chinês, mas ela nunca perde a oportunidade de usar isso a favor dela como questão de mercado. Esperamos que, dessa vez, não tenha um prazo tão alto, e que em duas semanas o país volte a exportar.” – finalizou Bruno Lucchi.

matrizes e novilhas da raca sindi em pastagem
Foto: NHC Ranch

Preço do boi gordo volta a subir

O mercado físico do boi gordo apresentou preços mais altos em boa parte das regiões na última sexta-feira (10). De acordo com o consultor Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, isso ocorre em meio ao encurtamento das escalas de abate. “A indústria frigorífica tem priorizado a manutenção de escalas curtas neste momento, em especial as unidades voltadas à exportação”, comenta.

Por conta disso, a demanda de virada de mês tem sido um elemento importante para a recuperação dos preços da arroba de boi gordo em grande parte do Brasil, segundo Iglesias.

A China segue sem adquirir carne bovina brasileira. As autoridades chinesas seguem analisando os laudos e demais informações inerentes ao caso atípico reportado no Pará em meados de fevereiro.
Veja as cotações da arroba de boi gordo pelo país

  • São Paulo, capital: R$ 278, contra R$ 274 um dia antes
  • Dourados (MS), R$ 266, no comparativo com R$ 264 antes
  • Cuiabá (MT): R$ 241, contra R$ 240 um dia antes
  • Uberaba (MG): R$ 260, estável.
  • Goiânia (GO): R$ 250, sem alterações.
Foto Divulgação

Mercado atacadista

O atacado encerra a semana apresentando preços firmes. A tendência de curto prazo ainda remete para alguma alta das cotações, em especial para os cortes do traseiro bovino, avalia Iglesias.

Os cortes do dianteiro e a ponta de agulha ainda encontram dificuldades em função da maior concorrência com a carne de frango, proteína mais acessível que ainda conta com a preferência de grande parcela da população, destaca o consultor.

  • Quarto traseiro precificado a R$ 20,30 o quilo
  • Quarto dianteiro cotado a R$ 14,30 o quilo
  • Ponta de agulha segue no patamar de R$ 14,50 o quilo.

Com informações da Agrifatto, CNN e Safras.

Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias

Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM