Devido a competição do milho e chuvas que afetaram as operações nos portos, as exportações de soja em janeiro ficaram abaixo das projetadas pela Anec.
As exportações de soja do Brasil podem atingir 9,9 milhões de toneladas em fevereiro, o que seria um volume recorde para o mês, estimou nesta terça-feira (01/02), a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) em sua primeira previsão para o mês. Pela projeção, os embarques quase dobrariam na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a colheita da oleaginosa foi atrasada por um plantio tardio, o que diminuiu a disponibilidade do grão.
Mas os grandes volumes esperados para este mês –o que superaria o recorde para fevereiro de 6,6 milhões de toneladas em 2020– ocorrem após embarques mais fracos que o esperado em janeiro. Muitos carregamentos agendados para o mês anterior devem ser efetivados somente nos próximos dias. Em janeiro, o maior produtor e exportador global de soja enviou 2,42 milhões de toneladas ao mercado internacional, contra 53,6 mil no primeiro mês de 2021, porém abaixo das mais de 3,3 milhões de toneladas projetadas pela Anec inicialmente.
Segundo a analista do Rabobank Marcela Marini, as exportações de soja em janeiro ficaram aquém das expectativas devido a chuvas que afetaram as operações nos portos, especialmente em Santos e no Norte e Nordeste, além da forte concorrência para o escoamento do milho. Problemas para a realização da colheita devido às chuvas em Mato Grosso também limitaram os embarques.
“Teve a competição com o milho e a baixa disponibilidade de soja em janeiro… Muita trading vendeu muito navio em janeiro, assumindo que teríamos muita soja, isso acabou não se concretizando”, afirmou a analista do Rabobank à Reuters. Muitos embarques, que só podem ser realizados sem chuvas, devem ser postergados para fevereiro, e o gargalo logístico pode prosseguir neste mês, dependendo do clima, alertou ela.
“Vale lembrar que estamos no verão, o line-up deve continuar pesado, os tempos de espera de navios devem continuar pesados…”, disse ela, acrescentando que a concentração da colheita pode permanecer como um gargalo.
Os grandes volumes esperados em fevereiro também se devem à demanda da China, maior importador global, que tem buscado mais soja no Brasil do que nos EUA. Nos próximos meses, a situação logística deve melhorar com um maior avanço da colheita –até a semana passada o país havia colhido apenas 10% da área– e também com um tempo mais seco.
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“Veremos o avanço da colheita, vai ajudar a formação de carga nos portos, o tempo deve ajudar, já que chuvas começam a diminuir a partir de março e abril”, destacou. Para o milho, a Anec prevê embarques de 447.404 toneladas para fevereiro, recuo ante os 508,4 mil vistos no mesmo período do ano anterior, em meio a uma quebra na safra do cereal de verão.
MILHO
Para o milho, a Anec prevê embarques de 447.404 toneladas para fevereiro, recuo ante os 508,4 mil vistos no mesmo período do ano anterior, em meio a uma quebra na safra do cereal de verão. Em janeiro, as exportações de milho atingiram 2,29 milhões de toneladas, versus 2,16 milhões no mesmo mês de 2021.
Fonte: Reuters