Com expectativa de maior oferta de carne destinada ao mercado doméstico, muitas unidades frigoríficas, optaram por reduzir a quantidade de dias de abate nesta semana
A semana se iniciou com um dia de baixas movimentações, e sustentou os preços próximos da estabilidade na maioria das praças, apenas no Acre, Pará e Tocantins que as cotações passaram por ajustes negativos. Em São Paulo, o boi comum continuou valendo R$ 270,00/@, e o “boi China”, R$ 290,00/@. Na B3, o contrato com vencimento para fev/23 passou por ajustes negativos de 1,40%, fechando o dia em R$ 278,65/@ – informações da Agrifatto.
Com expectativa de maior oferta de carne destinada ao mercado doméstico, muitas unidades frigoríficas, principalmente as que atendem apenas ao mercado interno, optaram por reduzir a quantidade de dias de abate nesta semana, a espera de uma definição quanto à exportação, e estão ofertando menos pela arroba do boi.
Exportação de carne bovina in natura
Até a terceira semana de fevereiro, antes do caso de “vaca louca”, foram exportadas 91,8 mil toneladas de carne bovina in natura. A média diária embarcada, até o momento, é de 7,1 mil toneladas, recuo de 15,3% na comparação com fevereiro/22, o faturamento médio diário está em US$34,3 milhões, recuo de 26,6% na mesma comparação. Com informações da Scot.
Frigoríficos pequenos pedem apoio para exportar
Em audiência realizada na última sexta-feira (24), na sede do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) solicitou, ao ministro Carlos Fávaro, apoio para que os pequenos e médios frigoríficos possam participar mais das exportações de carne bovina. A entidade ressaltou a importância da intensificação das negociações para a ampliação do número de empresas habilitadas nos principais mercados e também apoio para acesso e participação em feiras e eventos internacionais.
“A exportação brasileira de carne bovina, que atingiu receita de US$ 13 bilhões e volume de 2,34 milhões de toneladas em 2022, ainda é altamente concentrada nas mãos de poucas empresas, enquanto os frigoríficos que operam predominantemente no mercado interno enfrentam uma crise que já dura muitos anos em função de problemas da economia brasileira, como baixo crescimento, desemprego e perda de poder aquisitivo da população, o que diminuiu o consumo do produto, e ainda dos efeitos da pandemia da Covid 19”, disse Paulo Mustefaga, presidente da Abrafrigo. Para ele, “é preciso dar melhores oportunidades às pequenas e médias empresas de operarem no mercado externo, que é muito favorável ao Brasil, para que possam competir em melhores condições com os grupos já tradicionalmente exportadores.
As empresas de menor porte passam por sérias dificuldades financeiras em função dos aumentos de custos e dos preços do boi gordo, principal matéria-prima da atividade, que foram impulsionados pelas exportações dos últimos anos, situação que tem levado ao fechamento ou aumento da ociosidade de diversas empresas”.
O dirigente lembrou ainda que aproximadamente 75% da produção brasileira de carne bovina é destinada ao mercado interno e que os pequenas e médios frigoríficos são de grande importância na geração de empregos e renda no campo e nas cidades brasileiras. Com informações da assessoria de imprensa da Abrafrigo.
Novidades sobre a ‘vaca louca fake’?
O governo federal aguarda o resultado do exame de tipificação do caso do “mal da vaca louca” para avaliar o envio de uma delegação à China. O exame, feito no laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em Alberta, no Canadá, vai identificar se o caso é clássico ou atípico. O laudo deve sair na próxima quinta-feira (2), relataram fontes ao Broadcast Agro.
Se a análise apontar caso atípico, como indicam as características do animal, uma comitiva formada por representantes do Ministério da Agricultura e diplomatas do Itamaraty deve ir ao país asiático ainda na próxima semana. “Primeiro, precisamos ter certeza da atipicidade para depois avaliar as medidas comerciais“, disse uma fonte.
O objetivo do governo, se for atípico, é negociar a retirada do autoembargo antes da missão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, prevista para 28 de março. A estratégia é liderada pelos Ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores, que argumentarão que o caso é isolado e que o País continua livre da doença. “Seria um gesto, um sinal de boa vontade e de aproximação do lado chinês”, afirmou outro interlocutor.
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