Estamos passando pela possível maior maior queda anual (com folga) em pelo menos duas décadas; Escalas de abate muito confortáveis e sem aspectos de demanda relevantes capazes de inverter a curva de preços
O preço do boi seguiu sob pressão baixista com oferta elevada e possíveis renegociações chinesas no radar. Em São Paulo, os valores do boi permaneceram estáveis, com o “boi comum” sendo negociado na média de R$ 255,00/@ e o “boi China” por R$ 265,00/@. No mercado futuro, o vencimento para mai/23 encerrou o dia com uma queda de 1,79%, ficando cotado à R$ 255,75/@, o menor valor desde o início das negociações do contrato.
No atacado, o baixo escoamento de produtos para o varejo nos últimos três dias ainda leva à prorrogação das descargas nos pontos de distribuição. O preço das mercadorias caiu, no geral, cerca de R$ 0,50 a R$ 1,00 por quilo. A carcaça casada, seguindo esse fluxo, atingiu a mínima desde jan/21 e fechou o dia na casa de R$ 16,50/kg, o que significou uma queda redução de 2,94% no comparativo diário.
O mercado físico do boi gordo terminou a semana com preços enfraquecidos. Segundo informações da consultoria Safras & Mercado, a dinâmica continua a mesma dos últimos dias:
- Grande volume de animais ofertados, em especial de fêmeas
- Escalas de abate muito confortáveis e sem aspectos de demanda relevantes capazes de inverter a curva de preços
Ao menos no curto prazo, a expectativa é de continuidade deste movimento, considerando a atual
conjuntura. Ressaltando que o desgaste das pastagens leva o pecuarista a uma menor capacidade de
retenção, reduzindo o poder de barganha, disse o analista Fernando Henrique Iglesias.
Acompanhe as cotações da arroba do boi:
- Dourados (MS): R$ 238
- Cuiabá: R$ 229
- Goiânia, Goiás: R$ 230
- Uberaba (MG): R$ 245
Considerando as cotações parciais do boi gordo em 2023 e os preços futuros de 18/5 para os próximos meses, teríamos um recuo nominal de 18,3% na cotação este ano. Esta seria a maior queda anual (com folga) em pelo menos duas décadas.
De janeiro a março deste ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram abatidas no Brasil 7,31 milhões de animais, número 5,11% superior ao do mesmo período de 2022 e a maior quantidade para um primeiro trimestre desde 2019.
Esse cenário de oferta elevada pode favorecer frigoríficos no 2T23, com a retomada dos embarques de carne bovina com destino à China. Assim, vale lembrar que a suspensão das exportações após um caso atípico de mal da vaca louca, afetou os resultados das companhias brasileiras no período.
Tem boa notícia?
TEM! Pela primeira vez, o peso médio de carcaça dos bois abatidos no Brasil superou os 300kg. Isso mostra que o progresso da pecuária brasileira está acontecendo. Nutrição, genética, sanidade e a melhoria de resultados que geralmente um peso maior traz ao sistema, além da pressão de custos exigindo mais eficiência no uso da matéria-prima (bezerro), adicionando mais arrobas.
Com informações da Agrifatto, HN AGRO e Safras & Mercado