“Esse país não vai mais derrubar árvore para criar gado, plantar cana, plantar soja ou milho” – esbravejou o pré-candidato à Presidência da República
O ex-presidente e postulante ao cargo máximo da política brasileira, Luiz Inácio Lula da Silva, continua sua jornada de criticar duramente a gestão do atual presidente focando também na produção agropecuária brasileira, em discurso recente o petista insinuou que irá proibir o plantio de culturas desnecessárias. Esta semana, discursando para seus correligionário em Brasília, disse – “Esse país não vai mais derrubar árvore para criar gado, plantar cana, plantar soja ou milho”.
Lula ataca severamente o agronegócio brasileiro, declaradamente favorável ao governo do atual presidente, sem conhecimento de causa. Nossa produção agropecuária postula posição de destaque no quesito sustentabilidade. A importância do setor é, assim, indiscutível, pois é a partir dela que se produzem os alimentos e os produtos primários utilizados pelas indústrias, pelo comércio e pelo setor de serviços, tornando-se a base para a manutenção da economia mundial.
O Brasil precisa continuar a combater o desmatamento ilegal, que fique bem claro, como faz há muitos anos. O Brasil é único país do mundo com esse código florestal, não existe espaço para desmatamentos legais. Lula se apossa do discurso europeu, onde somos os vilões do aquecimento global com o “pum da vaca” e o desmatamento da Amazônia, pois todos sabem que somos um país muito competitivo. Nessa disputa, o que não pode é o produtor pagar o pato.
A culpa do desmatamento no Brasil é da agropecuária?
A pecuária e a agricultura são comumente designadas como as principais atividades desenvolvidas em áreas desmatadas. Por isso, algumas pessoas julgam que a agropecuária é a grande vilã do desmatamento no Brasil.
Mas, se você imaginar um Brasil onde não há a tradição da pecuária, do cultivo de soja e de milho, por exemplo.
Estaríamos, então, isentos de problemas com desmatamento no Brasil?
Provavelmente, não.
Esses empreendimentos seriam substituídos por outros. Talvez pela mineração ou qualquer outra atividade econômica. Logo, a culpa do desmatamento no Brasil é do não cumprimento da legislação ambiental vigente. E esse descumprimento de legislação é função da ineficiência da fiscalização por parte das entidades reguladoras e da má fé de quem a infringe.
Você não pode esquecer também que a agropecuária é responsável pela alimentação de um mundo que nunca foi tão populoso quanto é hoje. Os profissionais do agronegócio enfrentam diariamente o desafio de aumentar a produtividade das áreas agrícolas para que essa demanda seja atendida.
Porém, alguns exemplos ruins de pessoas que não respeitam a legislação ambiental não podem manchar a imagem de todos os que trabalham no campo. Da mesma forma, não é verdade que em nome da produção de alimentos devemos aumentar o desmatamento no Brasil.
O que deve e vem sendo feito é desenvolver novas tecnologias para o aumento da produtividade sem esquecer a preservação dos recursos naturais.
Nosso papel, como profissionais do Agronegócio é continuar buscando por alternativas mais eficientes e mais produtivas a fim de promover a produção sustentável de alimentos.
O desenvolvimento de cultivares adaptadas e mais produtivas para cada região, sistemas de manejo conservacionistas, produção orgânica de alimentos são apenas alguns dos muitos exemplos que existem.
Diversas boas práticas de produção têm sido recomendadas e utilizadas pelos produtores. Por isso, jogar toda a culpa do desmatamento no Brasil na agropecuária não parece algo correto.
Lula se alimenta do discurso de que o grande culpado pelo desmatamento é a agropecuária, mas sabe-se que os criminosos que desmatam a floresta tem como principal objetivo a venda ilegal de madeira, extraída da floresta. O Brasil precisa continuar estimulando a produção agropecuária, pesquisas, uso de tecnologias para intensificar a produção de alimentos.
A população mundial deve alcançar a marca de 8 bilhões de pessoas no dia 15 de novembro deste ano, de acordo com uma projeção feita pela ONU, que também aponta que a Índia deve superar a China como país mais populoso em 2023. A projeção, que foi feita pelo Departamento de Economia e Assuntos Sociais da ONU, ainda aponta que o mundo deve alcançar 8,5 bilhões de habitantes em 2030 e 9,7 bilhões em 2050, com um pico de quase 10,4 bilhões na década 2080, antes de registrar estabilidade até 2100.
Precisamos produzir mais alimentos para alimentar o Brasil e o mundo, salientando nosso papel de celeiro do mundo.
Lula e sua cruzada de proibição
Não é de hoje que Lula discursa sobre a proibição de inúmeras coisas que, no ponto de vista dele, estão erradas. Ainda em 2021, durante entrevista à Rádio Metropole, de Salvador, na Bahia, ele afirmou que vai regular os meios de comunicação caso volte a ocupar o Palácio do Planalto.
Neste mesmo discurso, sobre ‘plantio de coisas desnecessárias’, o ex-presidente indicou que irá proibir a venda de armas no Brasil caso seja eleito a fim de, segundo ele, “evitar o genocídio”. Ele ainda se expressou contra as operações policiais nas favelas, afirmando que o Estado tem que estar presentes nesses locais com escolas, e não com forças de segurança.