Especialista em Fitopatologia e Manejo Biológico, Sergio Miguel Mazaro, afirma que essa previsão é reflexo da perda da eficiência de fungicidas e dos desafios fitopatológicos.
“Hoje usamos 85% de produtos químicos e 15% de produtos biológicos. Existe uma estimativa de que, em 15 anos, vamos usar 85% biológicos e 15% de químicos”, prevê o professor doutor Sergio Miguel Mazaro, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), especialista em Fitopatologia e Manejo Biológico.
Ele explica que esta estimativa é reflexo de questões como, por exemplo, a perda da eficiência de fungicidas. “Com o passar do tempo ocorreu o processo de seleção de patógenos e atualmente vários produtos estão funcionando muito pouco”, expôs.
Outro ponto que o professor cita é os desafios fitopatológicos, como a questão de fungos de solo e nematoides. De acordo com ele, os fungicidas quando aplicados na parte aérea não conseguem chegar ao solo, nem atingir o sistema radicular, com isso não atingem o alvo biológico. “Neste sentido, a única forma de controle é com o manejo das culturas e uso de biológicos”, enfatiza.
Uma terceira questão levantada pelo especialista é que a demanda por um processo de produção mais sustentável está cada vez maior. “E é aí que o uso de biológicos ganha força e entra no manejo trazendo mais eficiência”, salienta.
No entanto, o especialista destaca que para ter eficiência de controle é preciso ter entendimento, principalmente da utilização racional das diversas soluções existentes. “Isso é usar o que realmente é necessário, usar produtos de qualidade e que cumpram seu objetivo. Estes pilares são importantes dentro do manejo biológico para tornar o processo produtivo mais eficiente e sustentável”, evidencia.
Mazaro ainda cita algumas dicas para o bom uso dos biológicos, como utilizar produtos de concentração conhecida e livre de contaminantes, utilizar de uma maneira que consigam atingir o alvo biológico, aplicação em condições ambientais favoráveis, especialmente de umidade, conhecer a especificidade da cepa do agente biológico contido no produto, verificar a compatibilidade química e biológica do produto, aplicar no sistema, ou seja, nas mais diferentes culturas, com isso, buscando reduzir a fonte de inóculo.
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Para o professor, o manejo das lavouras com o uso de produtos biológicos segue as premissas de utilização de maneira racional, efetiva e seguindo princípios de sustentabilidade. “Se conseguirmos usar produtos biológicos seguindo os parâmetros ideais, terá como resultado mais produtividade, com qualidade e segurança alimentar”, frisa.