Eleições Municipais 2024: Resultado para as capitais do Brasil

A apuração dos votos das Eleições Municipais 2024 é acompanhada no TSE pelos ministros do tribunal e do Supremo Tribunal Federal (STF), que estão reunidos na sala da presidência da Corte. 

As eleições municipais de 2024 marcaram um momento decisivo para as cidades brasileiras, com os eleitores das capitais indo às urnas para escolher seus novos prefeitos e vereadores. Com uma grande expectativa em torno dos resultados, tanto no cenário local quanto no nacional, o desfecho dessas eleições traz um panorama importante sobre as tendências políticas e os futuros desafios de cada capital.

As eleições deste ano foram marcadas por um intenso debate em torno de temas como mobilidade urbana, saúde pública, educação e segurança. A pandemia de COVID-19 deixou um legado que ainda influencia as demandas populares e as prioridades dos eleitores, que buscam candidatos comprometidos com a melhoria dos serviços públicos.

Outro ponto de destaque foi o uso das redes sociais e das novas tecnologias como ferramenta de campanha. Os candidatos apostaram fortemente em engajamento digital para chegar a um número maior de eleitores, o que impactou diretamente os resultados, especialmente nas grandes cidades.

A seguir, apresentamos o resumo dos resultados das capitais, com foco nas maiores cidades do país e nas capitais que trouxeram surpresas no cenário político. Eleições Municipais 2024: Resultados para as capitais do Brasil:

São Paulo – Segundo turno entre Nunes e Boulos

Na maior cidade do país, São Paulo, o candidato da centro-direita, Ricardo Nunes, conseguiu ficar em primeiro com uma margem apertada de votos, superando o candidato de esquerda, Guilherme Boulos, com 29,5% contra 29%. A capital paulista teve uma campanha polarizada, refletindo o clima político do país, com o segundo turno sendo disputado entre dois projetos de gestão bastante distintos.

A campanha de Nunes foi marcada por uma proposta focada na modernização da infraestrutura urbana e incentivos ao setor privado, além de um discurso que prometia segurança e austeridade nas contas públicas. Esse resultado reforça a tendência de fortalecimento das candidaturas de centro-direita em regiões economicamente estratégicas.

Cabe destacar um grande diferencial para a reta final da campanha de Nunes que contou com o apoio do atual Governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Rio de Janeiro – Eduardo Paes é eleito em primeiro turno

O candidato Eduardo Paes (PSD) venceu a disputa para a prefeitura do Rio de Janeiro, com 60,26% dos votos válidos. Alexandre Ramagem (PL) ficou em segundo lugar, com 31,07% dos votos válidos. Até agora foram apurados 93,66% das urnas.

Eduardo da Costa Paes (PSD) é carioca, casado, tem 54 anos e é formado em direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Este pleito marcou a quarta vez em que é eleito para a prefeitura do Rio de Janeiro, se tornando a pessoa a ficar mais tempo no cargo.

Durante toda a campanha eleitoral, pesquisas de intenção de voto mostravam Paes com liderança tranquila entre os candidatos.

Belo Horizonte – Segundo turno com Bruno Engler e Fuad Noman

Os candidatos Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD) vão disputar o segundo turno das eleições em Belo Horizonte. Engler teve 34,42% dos votos válidos e Noman, teve 26,45%. Até agora, foram apurados 93,83% das urnas.

Bruno Engler concorre pela segunda vez à prefeitura da capital mineira. Tem 27 anos e exerce o segundo mandato como deputado estadual por Minas Gerais em 2022. Cursou direito, mas não concluiu o curso. Ajudou a fundar o movimento Direita Minas e se autodeclara católico. É o candidato mais jovem a disputar a prefeitura de Belo Horizonte.

Fuad Noman tem 77 anos, é escritor, economista e foi servidor público de carreira do Banco Central. Assumiu a prefeitura de BH após a renúncia de Alexandre Kalil, que concorreu ao governo de Minas Gerais.Fez parte do governo Fernando Henrique Cardoso como secretário-executivo da Casa Civil e do governo de Minas Gerais como secretário de Fazenda e de Transporte. Na prefeitura de BH chegou a comandar a Secretaria Municipal de Fazenda.

Outras Capitais – Destaques e Surpresas nas Eleições Municipais 2024

Goiania

Os candidatos Fred Rodrigues (PL) e Sandro Mabel (União) vão disputar o segundo turno das eleições em Goiânia. Fred Rodrigues teve 31,14% dos votos válidos e Sandro Mabel, teve 27,6%. Até agora, foram apurados 99,9% das urnas.

Fred Rodrigues tem 40 anos, é empresário, comentarista político e deputado estadual. Em 2020, tentou uma vaga como vereador em Goiânia, mas não foi eleito.

Sandro Mabel tem 65 anos e é empresário das Indústrias Mabel, formado em Administração e Contabilidade. Foi deputado federal por 20 anos. Candidatou-se a prefeito de Goiânia em 1992 pelo PMDB, mas não foi eleito.

Cuiabá

Os candidatos Abilio Brunini (PL) e Lúdio (PT) vão disputar o segundo turno das eleições em Cuiabá, capital do Mato Grosso. Abílio Brunini teve 39,6% dos votos válidos e Lúdio, teve 28,32%. O terceiro colocado, Eduardo Botelho, ficou com 27,77% dos votos. Até agora, foram apurados 99,92% das urnas.

Abilio Brunini é arquiteto e tem 40 anos. Deputado Federal pelo Mato Grosso, já foi vereador por Cuiabá. Disputou a prefeitura de Cuiabá em 2020, mas ficou em segundo lugar. Em 2023, durante sessão da CPMI dos Atos Golpistas, foi acusado de fazer gesto associado a movimentos neonazistas. Ele negou a ação, mas acabou sendo expulso da CPMI por interromper a fala de outros deputados. Antes do PL, foi filiado ao PSC e ao PODE.

Lúdio Cabral é medico, tem 63 anos e exerce mandato como deputado estadual de Mato Grosso. É filiado ao PT desde 1999. Servidor público em Cuiabá, tem especialização em saúde coletiva e atua na atenção básica.
Já foi vereador de Cuiabá por dois mandatos. Foi candidato a governador em 2014, ficando em segundo lugar.

Porto Alegre

A eleição em Porto Alegre terá segundo turno entre Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT). Com 99,74% das urnas apuradas, Sebastião Melo fez 49,72% dos votos e Maria do Rosário, 26,27%. Em terceiro lugar, a candidata do PDT, Juliana Brizola, chegou a 19,69%.

O candidato Sebastião Melo concorre à reeleição para a prefeitura de Porto Alegre. Melo já foi vice-prefeito da capital gaúcha de 2013 a 2016, durante a gestão de José Fortunati. Em 2018, foi eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul. Em 2020, foi eleito prefeito de Porto Alegre. 

A petista Maria do Rosário é deputada federal pelo Rio Grande do Sul, reconhecida pela atuação em defesa dos direitos humanos. Foi ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, entre 1º de janeiro de 2011 a 1º de abril de 2014. A vice da chapa é Tamyres Filgueira (Psol).

Curitiba

Com 98,98% das urnas apuradas, Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB) vão disputar o segundo turno das eleições em Curitiba. Eduardo Pimentel teve 33,27% dos votos válidos e Cristina Graeml, teve 31,43%. O candidato Luciano Dulci (PSB) que concorreu com apoio do PT,  PCdoB, PV e PDT, ficou em terceiro lugar com 19,46%.

O candidato do PSD, Eduardo Pimentel, 40 anos, disputa a eleição com apoio da coligação Curitiba Amor e Inovação, formada pelos partidos PSD, Podemos, Republicanos, PL, MDB, Novo, Avante e PRTB. Pimentel já foi vice-prefeito de Curitiba em 2016 e 2020, na chapa de Rafael Greca. Também já ocupou o cargo de secretário municipal de Obras Públicas. 

A candidata Cristina Graeml, 54 anos, filiada ao Partido da Mulher Brasileira (PMB), disputou o primeiro turno sem alianças. Natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social – Jornalismo na década de 1990, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Desde 2018, atua na Gazeta do Povo como produtora, editora e comentarista. 

Análise Final: O Que Esperar dos Próximos Anos?

Os resultados das eleições municipais de 2024 refletem um cenário de maior fragmentação política, com vitórias tanto de candidatos progressistas quanto de conservadores em diversas capitais. Em cidades como São Paulo e Belo Horizonte, a disputa acirrada entre modelos de gestão muito distintos mostra a polarização que ainda está presente no país.

Por outro lado, a eleição de candidatos comprometidos com pautas sociais e de sustentabilidade em outras cidades indica uma preocupação crescente com questões ambientais e de inclusão. Ao mesmo tempo, a continuidade de gestões técnicas, como em Rio de Janeiro, evidencia que os eleitores valorizam a experiência e a estabilidade em momentos de incerteza.

Com isso, os novos prefeitos têm o desafio de atender às demandas específicas de suas cidades, equilibrando inovação, eficiência e responsabilidade fiscal. Os próximos anos serão cruciais para a implementação das promessas de campanha e para a construção de cidades mais justas e prósperas.

As eleições de 2024 revelam um Brasil politicamente diverso e com demandas locais específicas. O desfecho nas capitais oferece um termômetro do cenário político nacional e pode influenciar diretamente as eleições gerais de 2026. O país, agora, acompanha atentamente os primeiros passos das novas administrações municipais, esperando que os resultados prometam um futuro melhor para todos.

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