Duelo de gigantes: Touros duelam durante a cerimônia de abertura da 47ª Expointer

Na pista central, touros duelam durante a cerimônia de abertura da 47ª Expointer; De um lado, o Grande Campeão Polled Hereford, Bortolozzo e, do outro, o touro Hudson, o mais pesado nesta edição, protagonizaram um duelo que paralisou a atenção de todos os presentes.

A abertura oficial da 47ª Expointer, realizada na manhã desta sexta-feira (30/8), destacou a força da agricultura e da pecuária do Rio Grande do Sul, presenteando os visitantes com os principais destaques e campeões deste ano no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Um dos eventos mais aguardados do calendário agropecuário brasileiro, começou com uma disputa inesperada e eletrizante. Na pista central, durante a cerimônia de abertura, o Grande Campeão Polled Hereford, Bortolozzo, e o touro Hudson, o mais pesado da raça Lomousin nesta edição, protagonizaram um duelo que paralisou a atenção de todos os presentes.

A cerimônia, que teve a apresentação da banda da Brigada Militar e de músicos gaúchos, contou com os tradicionais desfiles dos campeões e uma programação dedicada a exaltar a resiliência do povo gaúcho após as enchentes.

Touros duelam durante a cerimônia de abertura da Expointer

Enquanto o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, discursava sobre o futuro promissor e a superação dos desafios do setor, um embate de força bruta se desenrolava entre os dois gigantes bovinos. De um lado, Bortolozzo, um jovem reprodutor de quase três anos, já consagrado como Grande Campeão da raça Polled Hereford. Do outro, Hudson, um veterano de quase seis anos e impressionantes 1.450 quilos, coroado como o touro mais pesado da Expointer.

O que deveria ser uma simples exibição dos animais na cerimônia de abertura transformou-se em uma verdadeira batalha de titãs. Em questão de segundos, os dois touros começaram a se estranhar, e a tensão se materializou em uma disputa física que envolveu mais de 2.000 quilos de puro poder.

O embate durou pouco mais de 30 segundos, mas foi o suficiente para exigir a intervenção de sete tratadores, que rapidamente contiveram os animais e os separaram, puxando-os para lados opostos da arena.

O fazendeiro Edgar Lima, o Cacaio Lima, dono do touro Hudson explica que seu animal não sofreu qualquer lesão, e expressou alívio pelo outro animal ter desistido da briga. “Briga é briga, mas vou te dizer: ainda bem que o outro desistiu, porque o Hudson é duro na queda e não ia desistir, não ia se entregar. Outro dia, ele quase aleijou outro touro que tenho na fazenda numa briga”, conta.

touros duelam durante a cerimônia de abertura da Expointer
Touros duelam durante a cerimônia de abertura da Expointer, Animais “ignoraram” momento de celebração. Mateus Bruxel / Agencia RBS

Abertura da Expointer 2024

Nomeada como a Expointer da Retomada e da Recuperação, a feira simbolizou o espírito de superação do Estado, demonstrando que o setor tem se reerguido após as inundações de abril e maio. A cerimônia foi aberta com a execução do Hino Nacional pela banda da Brigada Militar.

Cerimônia apresentou tradicionais desfiles dos campões – Foto: Jürgen Mayrhofer/Ascom Expointer

Em reconhecimento aos que trabalharam nos momentos críticos da enchente, membros da Defesa Civil e da Brigada Militar, agentes de saúde e da assistência social e voluntários das forças de segurança e da sociedade civil, que atuaram nas ações de salvamento, desfilaram pela Pista Central do parque. O desfile foi aberto pelo cavalo Caramelo, cujo resgate durante a calamidade causou grande comoção.

As apresentações musicais começaram com Wilson Paim interpretando “Ainda existe um lugar”, canção de sua autoria que celebra a cultura do Estado e a união do povo. Juliana Spavanello executou a icônica “Céu, sol, sul, terra e cor”, do compositor gaúcho Leonardo, acompanhada por uma apresentação de dança dos Centros de Tradição Gaúcha (CTGs) Rancho da Saudade, de Cachoeirinha, Gildo de Freitas, de Porto Alegre, e Sociedade Gaúcha Lomba Grande, de Novo Hamburgo. Daniel Torres encerrou as apresentações musicais com “Hino ao Rio Grande”, de Cristiano Quevedo, que exalta as características naturais e culturais da região.

Desfile foi aberto pelo cavalo Caramelo, que se tornou símbolo da resiliência gaúcha – Foto: Maurício Tonetto/Ascom Expointer

O tradicional desfile de cavalos da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) apresentou, além das bandeiras do Brasil, do Rio Grande do Sul e da própria ABCCC, uma do Estado com marcas de lama representando a enchente. A associação também realizou uma breve apresentação com cavaleiros-mirins.

O momento mais aguardado da cerimônia foi o desfile dos grandes campeões da Expointer, apresentado pelo diretor administrativo do Parque Assis Brasil, Éder de Azevedo. Criadores de diversas raças exibiram os animais premiados. Além disso, a Pista Central recebeu novamente os campeões do Pavilhão da Agricultura Familiar.

Em seu discurso, o governador Eduardo Leite destacou a resiliência do povo, enfatizando o papel do produtor na retomada da economia do Rio Grande do Sul. “O gaúcho mostra que supera dificuldades e se supera, enfrentando as limitações, empreendendo e comparecendo para fazer uma belíssima Expointer, que sem dúvida é uma alavanca para a retomada do Estado”, comemorou.

Leite também mencionou a presença do movimento SOS Agro, ressaltando a necessidade de agilizar o acesso aos recursos para os produtores afetados pelas calamidades. “No SOS Agro, vemos o clamor e a angústia, expressa por quem trabalha e empreende no campo, e que está sofrendo não apenas os efeitos da última calamidade, mas a sucessão de frustrações na sua produção em razão de outros eventos meteorológicos”, disse. “O movimento está mostrando o que não está suficiente e reforçando que é preciso mais agilidade e facilidade, com menos burocracia, para acessar os recursos.”

“Na Expointer, o Rio Grande do Sul mostrou sua força, coragem, resiliência e capacidade para se reerguer. Todo dia no campo, os produtores têm de se recuperar, seja após a seca ou as fortes chuvas. E não podemos ficar sem a feira, uma data que é um grande patrimônio do Estado”, afirmou o secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Clair Kuhn.

O secretário de Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti, frisou a importância da presença dos expositores no Pavilhão da Agricultura Familiar (PAF). “Muitos dos nossos agricultores que estão no pavilhão perderam casas, instalações e até membros de suas famílias, mas ainda assim juntaram forças e vierem oferecer o que há de melhor no setor. Esta é mais do que a Expointer da reconstrução, é também da esperança”, destacou.

Covatti ainda celebrou o sucesso do PAF, que já no primeiro fim de semana bateu recordes de vendas, com um aumento de 11% em relação a 2023, totalizando R$ 1,02 milhão em comercializações. Neste ano, o pavilhão também comemorou 25 anos de participação na Expointer.

touros duelam durante a cerimônia de abertura da Expointer
Público pôde apreciar grande variedade de animais na Pista Central do parque – Foto: Jürgen Mayrhofer/Ascom Expointer

Reconhecimento

No encerramento do evento, foi entregue a Medalha Assis Brasil, que reconhece personalidades de destaque na agricultura e pecuária.

Neste ano, os homenageados foram o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers) e da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Cláudio Bier; o produtor rural e presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho; e o chefe-geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski.

Para fechar o evento, cantores gaúchos entoaram o Hino do Rio Grande do Sul, enquanto membros dos CTGs portavam bandeiras com as cores do Estado.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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