Dólar recua ante real após salto da véspera e caminha para nova baixa semanal

A divisa norte-americana caminhava para registrar desvalorização semanal de 1%, o que marcaria a terceira consecutiva nessa base de comparação.

O dólar passava a cair frente ao real nesta sexta-feira, fazendo uma pausa depois de avançar expressivamente na sessão anterior, enquanto o foco de investidores permanecia sobre os próximos passos de política monetária do Federal Reserve, em dia de agenda doméstica fraca.

Às 10:17 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,86%, a 5,1155 reais na venda, rondando as mínimas do dia, em movimento caracterizado por alguns participantes do mercado como um ajuste, depois que a moeda saltou 1,46% na véspera, a 5,1597 reais, maior alta percentual diária desde o último dia 2 (1,93%).

Na B3, às 10:17 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,89%, a 5,1430 reais.

Com as perdas desta manhã, que vinham na esteira de fortes baixas do dólar na segunda e na quarta, a divisa norte-americana caminhava para registrar desvalorização semanal de 1%, o que marcaria a terceira consecutiva nessa base de comparação.

No mês de agosto, o dólar acumula queda de 1,1%, e, no ano, baixa de 8,2%, embora ainda esteja mais de 11% acima dos menores patamares para encerramento de 2022.

O bom desempenho do real nesta última semana –que veio em linha com um movimento globalmente coordenado de busca por ativos mais arriscados, como ações e outras moedas de países emergentes– foi atribuído principalmente a uma leitura de inflação menor do que o esperado nos Estados Unidos, que foi divulgada na quarta-feira, mostrando estabilidade dos preços ao consumidor em julho.

“Embora o mercado de trabalho (dos EUA) continue apertado, os dados da inflação ao consumidor mostraram algum alívio na evolução dos preços, o que aumentou a probabilidade de um ajuste de 50 pontos-base (ao invés de 75) na próxima reunião do Fomc, em setembro, na visão do mercado”, explicou o departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco em nota, referindo-se ao comitê do banco central norte-americano, o Federal Reserve, responsável pela definição da política monetária.

Quanto mais altos os juros na maior economia do mundo, mais o dólar tende a se beneficiar, de forma que sinalizações mais brandas do Fed costumam abrir espaço para valorização de rivais emergentes da divisa norte-americana.

Embora a projeção de um aumento de juro de 0,50 ponto percentual pelo banco central dos EUA em setembro siga predominando sobre apostas em ajuste mais agressivo, alguns participantes do mercado ainda mostravam alguma cautela, já que algumas autoridades do Fed disseram ao longo desta semana que a instituição está longe de vencer sua batalha contra a inflação.

Fonte: Reuters
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