Conheça, através do Zootecnista Antonio Chaker, quais são os dois pontos chave para o pecuarista que deseja o sucesso no sistema de cria da pecuária de corte
O Zootecnista Antonio Chaker, diretor do Instituto Inttegra Métricas Agropecuárias, destaca duas métricas reprodutivas que definem o resultado de uma fazenda de cria top rentável: a taxa de desfrute e a produção de arrobas por hectare.
Primeiro, ele destaca a importância de, além de ter ótimos indicadores na produção, como fertilidade, perda pré parto, taxa de desmame, relação de desmame, quilo de bezerro desmamado por vaca exposta, mas também em monetizar ativo. E, o principal ativo do produtor é a terra.
Cria rentável é muito mais do que só produzir bezerros
“Não adianta você como produtor ter apenas incríveis métricas de desempenho reprodutivo, tem que monetizar a terra, como dizem os galãs de São Paulo”, enfatiza.
E o que são métricas de desempenho incríveis?
Anote bem, são: acima de 72% de taxa de desmame, que representa em torno de 83, 84% de prenhez; acima de 150 quilos de bezerro desmamado por vaca exposta; o que significa ter 75% de taxa de desmame com peso médio de 200 quilos. Acima de 350 quilos de bezerro por quilo de vaca, abaixo de 8% de perda pré parto, o ideal que fosse 4%; abaixo de 3% de mortalidade de bezerro.
“Então assim, tudo isso eu preciso conquistar, mas nós percebemos nesse último benchmarking (processo de avaliação da empresa em relação à concorrência), que isso não define sozinho o resultado, o que define é a questão produtiva, aí você tem duas métricas produtivas fundamentais na cria que são pouco debatidas”, destaca Chaker.
Segundo o especialista, a primeira delas é a taxa de desfrute, ou seja, o que o rebanho produziu pelo que ele tinha antes do exercício, o quanto eu consegui gerar de excedente sobre o que tinha. Nas fazendas menos rentáveis de cria a taxa de desfrute é de 28,8% enquanto as “top rentáveis” tem 37,6% de taxa de desfrute.
O desfrute é a consequência do global, mas não para por aí, segundo ele as fazendas de recria top rentáveis produziram 7 arrobas ou mais enquanto as de prejuízo produziram 4,4 arrobas, ou seja, a produção de arroba é super impactante também, tem fazenda desmamando com 72% tendo prejuízo mesmo sendo bom.
A dica número um do especialista é ter um rebanho de cria jovem ganhando peso com novilhas entrando em reprodução.
Já em segundo lugar é garantir com que você tenha um abate rápido das vacas de descarte (vacas vazias), para conquistar uma condição de peso ao abate de acordo com a categoria animal.
“Não adianta ficar matando vaca meia carne. Então você tem que saber que a sua fazenda de cria é também uma fazenda de recria e terminação, enquanto os outros engordam boi você vai engordar vaca de descarte, engordar novilha, vai vender bezerro pesado, vai vender muito bezerro, para que a produção de arroba funcione por completo”, disse.
Por último e não menos importante ele fala da importância de criar condição de ter um lotação acima de 1,2 unidades animal por hectare, porque só com uma lotação estruturada o produtor consegue ter essa configuração de produzir muitas arrobas.
“Se o produtor tiver 0,6 ou 0,7 de unidades animal por hectare dificilmente vai entregar essa produção de arroba por hectare, então realmente precisa ter uma lotação estruturada. E para ter lotação estruturada a gente precisa ter uma agenda de pastagem muito bem feita”, concluiu.
E, o número mágico que foi a grande dica das fazendas “top rentáveis” é: tenha 1,5 toneladas de matéria seca de comida guardada na fazenda para cada unidade animal (UA) seja, feno, silagem, uma compra estratégica para que você possa ter maior lotação e uma boa estratégia entressafra.
“Ou seja, a cria é muito mais do que se produzir bezerro!”, salienta Chaker.
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