Doenças podem reduzir mais de 50% a produtividade de lavouras de milho

A quantidade e a frequência das chuvas nesta safra propiciaram um ambiente favorável ao aparecimento de doenças foliares, fique atento.

A ferrugem polissora e as mancha foliares, doenças típicas da cultura do milho, têm causado preocupação para a classe produtora e podem ser uma grande ameaça para as altas produtividades. Pesquisas realizadas pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, revelam que essas doenças podem reduzir em mais de 50% a produtividade de lavouras de milho.

“A quantidade e a frequência das chuvas nesta safra propiciaram um ambiente favorável ao aparecimento de doenças foliares, mas também de colmo, de raiz e espiga. Além das doenças reduzirem o enchimento dos grãos, o dano econômico causado por agentes fúngicos causadores de “grãos ardidos” é significativo. Os produtores que utilizaram híbridos de menor sanidade e/ou não utilizaram programas de aplicação robustos para o controle das doenças certamente terão dificuldade na comercialização do milho destinado à alimentação e rações”, afirmou Alana Tomen, fitopatologista e herbologista da Fundação MT.

Essas e outras informações foram repassadas pela equipe técnica do Fundação MT em Campo – 2º safra realizado semana passada no Centro de Difusão e Aprendizagem (CAD) Médio Norte, localizado em Nova Mutum. De acordo com os palestrantes, o estabelecimento e desenvolvimento das doenças no campo depende da escolha do híbrido de milho, da época de semeadura, do sistema de produção, da altitude e das condições climáticas da safra, especialmente temperatura e precipitação.

“No quesito doenças há diferenças muito contrastantes entre os híbridos, e em função disto a estratégia de controle passa a ser específica, ou seja para cada situação teremos uma solução diferente. A partir da escolha do híbrido em função da região e da época de semeadura, os programas de aplicação deverão ser compostos por fungicidas efetivos, sendo que a aplicação do VT é fundamental, bem como as associações dos produtos sistêmicos com cloratolonil e/ou mancozebe”, explicou a pesquisadora durante a demonstração no campo para mais de 400 pessoas que participaram do evento.

Doenças do Algodão – Na próxima quinta-feira (06) será realizado a segunda etapa do Fundação MT em Campo – 2º safra em Sapezal no CAD Oeste localizado na Fazenda Tucunaré. Dessa vez a equipe técnica demonstrará no campo algumas opções de controle para doenças do algodoeiro. Em se tratando de doença, que pode ser um fator limitador da produção, todo o cuidado é necessário.

Dados de pesquisa indicam que mais de 250 agentes patogênicos afetam as lavouras desta cultura nos países produtores. Desse total, pelo menos 30 têm tido mais ocorrência no Brasil. Esses patógenos possuem diferentes graus de importância, ocorrem de forma distribuída nas regiões produtoras do país, alguns apresentam maior ocorrência e outros, ocorrem de forma esporádica.

Mancha alvo ou mancha de corinespora no algodoeiro, mancha de mirotécio, mofo branco, mancha de ramulária, murcha de fusarium, ramulose e mela são algumas das doenças que tem tido ocorrência nas lavouras de algodão na região do Centro-Oeste.

“Iremos discutir sobre o nosso sistema de cultivo que vem aumentando o potencial de inóculo de doenças em Mato Grosso, bem como as estratégias de controle para elas. Demonstraremos no campo diferentes programas de aplicação visando especialmente o manejo de ramulária e mancha alvo. As parcelas experimentais demonstrarão a importância dos fungicidas multissítios como “reforços” dos produtos sistêmicos e também como “parceiros” no manejo da resistência”, disse Alana Tomem, pesquisadora da Fundação MT.

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