Doenças mais comuns na pecuária leiteira

Conhecida como tristezinha a anaplasmose também é uma doença parasitária que invade os vasos sanguíneos e desregula a pressão gerada pelas proteínas

Uma das atividades mais tradicionais e importantes em todo o mundo é a pecuária leiteira. De acordo com o Ministério da Agricultura, no Brasil existem mais de um milhão de propriedades rurais produtoras de leite espalhadas por 99% dos municípios brasileiros. Sobretudo para pequenos produtores, um dos desafios é manter a saúde do rebanho. Saiba, agora, as cinco doenças mais comuns na pecuária leiteira.

Com contágio feito por carrapatos, a babesiose provoca destruição de células sanguíneas, que são responsáveis pelo transporte do oxigênio. O animal perde a capacidade de absorver nutrientes dos alimentos, tem falta de ar e anemia. Na maioria dos casos, a produção de leite cai em até 60%. Os sintomas são fezes mais escuras, urina concentrada e o animal pode ter febre e perda de apetite. Como não existe vacina, o tratamento se limita ao uso do diaceturato de diminazeno.

Conhecida como tristezinha ou boca branca, a anaplasmose também é uma doença parasitária que invade os vasos sanguíneos e desregula a pressão gerada pelas proteínas. O animal desenvolve edemas, inchaços e até a famosa barriga d’água. Os principais sintomas são apatia, emagrecimento, pelos arrepiados, coração e respiração acelerados, ausência de ruminação e icterícia na pele e nas mucosas. O tratamento é aplicação de oxitetraciclina, além do uso de vitaminas e hidratação com soro.

Popularmente conhecida como doença de chagas, a tripanossomíase é causada por um protozoário que ataca a corrente sanguínea dos animais e rouba seus nutrientes. A transmissão se dá por meio de moscas hematófagas que se alimentam de sangue. A doença compromete até 25% a produção de leite. Os sintomas são febre, anemia intensa, fraqueza e perda de peso. Os animais infectados também podem apresentar lacrimejamento excessivo. O tratamento indicado pela Embrapa é o diminazene ou o cloreto de isometamidium 2%.

Intoxicação causada por bactérias, a clostridiose está entre as doenças que mais matam bovinos no Brasil. Nessa classe estão incluídos o botulismo, o tétano, a gangrena gasosa e carbúnculo sintomático. O animal geralmente se contamina com água ou carcaça infectada. É uma doença rápida e letal causando a morte súbita, mesmo antes do aparecimento dos sintomas que são musculatura com aspecto pegajoso e a mucosa da pele com textura semelhante a de um plástico bolha. Essa doença pode ser evitada com vacinação em todo o rebanho.

A médica veterinária, Priscila Lima, esclarece: “é importante vacinar os animais de acordo com as recomendações técnicas, providenciar os destinos corretos de carcaças infectadas, limpeza e desinfecção dos galpões e instalações onde esses animais ficam e reduzir as manifestações de moscas e de carrapatos no rebanho e nas pastagens”. A brucelose também conhecida como febre de malta ou aborto infeccioso é uma infecção altamente contagiosa causada por bactérias. A doença afeta fêmeas em idade reprodutiva a partir dos 24 meses gerando abordo. A doença é transmitida entre os animais durante o contato com restos fetais contaminados ou através da inseminação artificial. No caso do gado leiteiro pode causar até 25% de perda na produção. Nas fêmeas, os principais sinais de infecção são repetições de cio, corrimento vaginal, nascimentos prematuros e abortos no terço final da gestação.

Por se tratar de uma doença sem cura e altamente infecciosa, a melhor forma de evitar a ocorrência da brucelose bovina é através da vacinação preventiva em dose única que é obrigatória para os rebanhos.  Priscila explica: “a brucelose pode ser passada para seres humanos pela ingestão do leite cru ou por produtos derivados contaminados. Aí o produtor deve comunicar imediatamente ao mapa quando um de seus animais testa positivo para essa doença”.

Quanto antes o produtor identificar a doença, mais chances de evitar a morte do animal. Outra recomendação importante é investir na nutrição do rebanho. “Um animal bem nutrido ele vai ter consequentemente uma imunidade boa e com isso ele vai ter uma dificuldade de ter um patógeno no organismo dele, então é bem melhor um animal bem alimentado tanto para a produção de leite daquele animal seja boa é recomendado uma boa nutrição”, afirma.

Por fim, a especialista recomenda: “é importante as fazendas terem uma assistência de um médico veterinário para que possam ter melhores cuidados, melhor atendimento. As causas quanto mais rápido forem vistas, melhor será para fazer a profilaxia para aquele gado e consequentemente vai vir melhor um leite de qualidade e uma rentabilidade para produtor rural”.

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