Doença em cavalos: Osteodistrofia fibrosa ou cara inchada

Osteodistrofia fibrosa, conhecida também pelo nome de hiperparatireoidismo nutricional secundário ou ainda “cara inchada”

É uma afecção metabólica relacionada ao sistema locomotor, pois constitui um problema de repercussão óssea, caracterizada por osteopenia (diminuição da densideda mineral óssea) devido a uma exacerbada reabsorção óssea, causada pela deficiência de cálcio (Ca), podendo ser resultante de uma deficiência primária ou secundária, levando à substituição do tecido fibroso e à formação de cistos.

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Os sinais clínicos são menos evidentes nos animais adultos em relação aos animais mais jovens. Os ossos apresentam um aspecto “mole”, por causa da perda da matriz óssea, tumefeitos e deformados proporcionando o aspecto de “cara inchada”. Devido a estas deformações, pode ocorrer obstruções da passagem nasal, resultando em um ruído das vias aéreas superior.

Os animais afetados tendem a emagrecer, em consequência da absorção óssea que ocorreu nos alvéolos dentares, afrouxando os dentes ou até mesmo levando à queda deles, resultando em uma mastigação anormal e queda no consumo alimentar. Há também uma queda do desempenho do trabalho devido à dor que sentem, apresentando claudicação, alternante e insidiosa, apresentando exostose em pontos de periostite, deformação da coluna, fratura e encurvamento dos membros devido à desmineralização óssea.

Éguas gestantes ficam em decúbito permanente, sendo que em éguas lactantes e nos potros em desmame, a severidade desta enfermidade é muito alta, por causa da grande demanda de Ca.

Causas da cara inchada no cavalo

A deficiência primária pode ser por causa de uma deficiente ingestão de Ca, devido a uma baixa oferta, resultando em reduzido aproveitamento deste mineral pelo organismo do animal, diminuindo a relação Cálcio-Fósforo da corrente sanguínea, havendo uma mobilização do Ca presente nos ossos.

Entretanto, em uma situação contrária, onde há uma excessiva oferta de Ca e alta ingestão de alimentos ricos em fósforo (P), irá resultar em uma retirada de Ca dos ossos para manter o equilíbrio metabólico de Ca:P no sangue. Outra causa comum de no desencadeamento da osteodistrofia fibrosa primária é a ingestão de oxalato presente nas pastagens.

Secundariamente, a “cara inchada” pode ser devido a uma deficiência de vitamina D, pois ela é necessária para a absorção do Ca pelo organismo. Esta deficiência é muito comum em animais estabulados, devido à baixa irradiação solar UV na pele. Em fêmeas, é frequente ocorrer alterações no equilíbrio Ca:P, principalmente no terço final da gestação e início da lactação.

Tratamentos

O tratamento da “cara inchada” vai depender de sua causa. Quando for devido a uma deficiência de Ca ou excesso de P, deve ser feita uma correção destes minerais na ração, aumentando o Ca e/ou reduzindo o P. Nos primeiros 2 a 3 meses, estes minerais devem ser o dobro do necessário exigido para preencher as exigências dos eqüinos, sendo posteriormente reduzidos para o exigido. O consumo excessivo prolongado de Ca deve ser evitado, pois durante a recuperação isso pode resultar em densidade óssea excessiva e remodelação inadequada dos ossos.

É importante deixar os animais afetados confinados durante os primeiros meses da doença até que a densidade radiográfica das regiões afetadas retornem ao normal. De preferência, sempre oferecer alimentos pobres em oxalato, principalmente quando esta for a causa da desmineralização óssea. Quando não for possível, os níveis de Ca e P devem ser aumentados acima das exigências normais.

Diagnóstico

O diagnóstico, além de clínico, deve estar voltado para a descoberta da causa primária do distúrbio. Para um diagnóstico conclusivo pode ser realizado exames de sangue, onde são observados os níveis de fosfatase alcalina e a concentração plasmática de paratohormônio (PTH).

Também pode ser feito o clearance fracional de fósforo que indica o volume de plasma que a cada minuto fornecerá a quantidade da substância presente na urina (ml/min). Quando esta proporção for maior que 0,5, indica que está havendo uma excreção excessiva de P na urina. Quanto ao exame de raio-x, este indica uma deficiência de Ca ou de outra causa de osteodistrofia fibrosa, mas para isso, a densidade óssea deve reduzir-se em 30% antes de ficar radiograficamente evidente.

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