Dívida do RioBeef é de R$ 135 milhões, maioria dos credores são pecuaristas

Escritório de advogados foi nomeado a critério da Justiça como administrador judicial do caso; segundo eles a dívida total do RioBeef é R$ 135.496.902,88

O Frigorífico RioBeef, localizado em Ji-Paraná (RO), entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro deste ano, alegando crise econômica e financeira. Agora, o administrador judicial revelou que a dívida da empresa ultrapassa R$ 135 milhões, com débitos para quase 600 credores, a maioria produtores rurais e fornecedores.

Nós contamos aqui no CompreRural, em fevereiro, do verdadeiro desrespeito com a classe de pecuaristas de Rondônia que, precisam agora lutar para receber o dinheiro da venda dos seus animais. Os representantes da empresa tentaram, durante o mês de janeiro, após terem seus nomes expostos, realizar uma reunião que visava criar um novo cronograma de pagamentos, com a promessa de compra de gado para realizar o giro do caixa e, com isso, ir quitando as parcelas antigas, mas nada disso se tornou realidade.

Agora, de acordo com a empresa, diante da grande quantidade de processos judiciais, torna-se inviável a manutenção das atividades da empresa e o pagamento ordenado dos créditos. A defesa da empresa afirma que os sócios foram vítimas de um golpe e que 80% da empresa foi alienada em 2021 e passou a ser administrada por novos acionistas, que tomaram empréstimos e deixaram de pagar fornecedores. Os sócios reassumiram o controle da empresa em 2022, após decisão judicial.

No último ano, o frigorífico foi alvo de uma ação na Justiça do Trabalho de Rondônia e Acre (TRT-14) por atraso nos salários dos funcionários por pelo menos três meses. Na época, a Justiça deu um prazo de 24 horas para que a empresa cumprisse a decisão judicial e efetuasse os pagamentos. Dois dias depois, a Justiça do Trabalho estabeleceu uma multa de R$ 200 mil por dia, já que a decisão não foi cumprida.

A empresa tem exercido regularmente suas atividades, mantendo a folha salarial e pagamento de fornecedores rigorosamente em dia, esclarecendo que o passivo tratado na recuperação judicial é aquele acumulado pela gestão anterior. Agora, a empresa tem até maio para apresentar o plano de recuperação que pretende contemplar uma forma de pagamento parcelado para todos os credores.

O pedido de recuperação judicial é feito à Justiça por meio de uma petição inicial que contém, entre outras informações, o balanço financeiro dos últimos três anos, as razões pelas quais entrou em crise financeira e a lista de credores. Depois que o pedido é aceito, a empresa tem 60 dias para apresentar o plano de recuperação, e as execuções (cobranças de dívida) contra ela são suspensas por 180 dias. A lei determina que a assembleia de credores aconteça em até 150 dias após o deferimento do processo pela Justiça, mas, na prática, esse prazo costuma ser ultrapassado.

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