Roberto Fristcher Neto aponta vantagens de se utilizar técnicas de melhoramento genético em plantas.
Mesmo após décadas de avanços científicos e tecnológicos, ainda paira sobre a sociedade um sentimento de receio no que diz respeito a alimentos modificados geneticamente. A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP possui um Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas. O professor Roberto Fristcher Neto contou ao Jornal da USP no Ar que o programa foi fundado por pesquisadores com vínculos diretos a Gregor Mendel, considerado pai da genética. Ele explica que para o desenvolvimento de pesquisas com a modificação genética de plantas ter sucesso é necessário um envolvimento de diversos departamentos da escola. “Temos especialistas de diversos setores pensando na questão do solo, a proteção da planta, manejo, irrigação, entre outros para além da parte de modificação da planta em si. O resultado final é um produto da coevolução de técnicas de diversas áreas”, diz.
Evidenciando a questão do melhoramento genético moderno, Fristcher Neto comenta que trabalham com “modificações pontuais no genoma da planta para corrigir pequenos defeitos ou agregar características superiores a ela”. Ele explica que existem diferentes técnicas para se atingir esse melhoramento genético e, quando o produto está pronto, ele é submetido a uma análise pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), composta de pesquisadores, governo, e membros da sociedade civil. Através de uma série de protocolos eles avaliam desde o impacto social até possíveis reações colaterais nos consumidores.
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Para o professor, é preocupante esse medo da população com os alimentos transgênicos. Ao refutar a ideia de que os produtos modificados geneticamente produzem maior impacto ambiental, ele expõe como esses alimentos – por trabalharem de forma específica no controle de pragas – evitam um despejo de toneladas de inseticidas que afetam toda a fauna.
“É um discurso mais ideológico do que científico, tudo o que a ciência faz passa por um processo de testes muito rigoroso. Não é um processo rápido, quando chega na mesa do consumidor é porque realmente é um produto seguro.” Ele ainda pontua que não faz distinção entre produtos melhorados geneticamente e orgânicos, inclusive diz que existe uma certa ausência de controle sobre a produção dos alimentos que são classificados como orgânicos.