Diferenças entre as matérias-primas nitrogenadas

A ureia é o fertilizante nitrogenado mais utilizado no país. É a matéria-prima com o maior teor de N (44-46%) e tem o menor custo por ponto de N.

Vamos falar de nitrogênio, um macro elemento essencial para o desenvolvimento das plantas. Para alcançarmos grandes produtividades, a suplementação com nitrogênio é indispensável, e quando recorremos a adubação mineral, nós nos deparamos com três fontes nitrogenadas principais: Ureia, Sulfato de amônio e Nitrato de amônio. Mas como saber qual é a melhor? E por quê?

Não existem uma fonte melhor que a outra, cada uma tem uma aplicação mais direcionada para cada situação. O ideal é conhecer cada uma delas e avaliar qual se adapta melhor a sua necessidade.

A ureia é o fertilizante nitrogenado mais utilizado no país. É a matéria-prima com o maior teor de N (44-46%). Devido a isso, a ureia tem o menor custo por ponto de N, comparado as outras fontes nitrogenadas. Na agricultura ela pode ser utilizada em aplicações diretas no solo, como elemento simples, ou em formulações. E por ser altamente solúvel, pode ser utilizada em aplicações foliares, hidroponia ou fertirrigação. O nitrogênio da ureia é 100% na forma amídica, e quando no solo, passa por uma serie de transformações químicas para chegar nas formas nítricas (NO3-) e amoniacais (NH4+), que são as formas que as plantas absorvem. Acontece que durante esse processo, parte do nitrogênio disponível na ureia acaba se perdendo para a atmosfera na forma de gás, num processo chamado volatilização.

Um outro problema da ureia é seu baixo ponto hidroscópico, isso significa que ela tem alta capacidade de absorver umidade, inclusive a umidade atmosférica, por isso cuidados com armazenamento e prazo de validade são cruciais para o bom aproveitamento do fertilizante e bom rendimento operacional da aplicação.

A ureia não é encontrada naturalmente no ambiente. Ela é fruto de um processo químico industrial, onde o gás carbônico é combinado com o gás amônia, em uma reação controlada sob alta pressão. Resultando em ureia e biureto, um composto que pode ser tóxico para as plantas e animais. Sendo assim, a ureia precisa passar por um processo de purificação antes de ir para o campo.

Este processo de purificação é essencial para outra utilização da ureia, na pecuária, como complementação na dieta de ruminantes.

É um fertilizante químico nitrogenado sólido, com o menor teor de N, comparado aos outros (21% de N), e conta com enxofre em sua composição (22-24%). Pode ser utilizado para aplicações via solo, como elemento simples, ou em misturas de fertilizantes.

Visando uma adubação nitrogenada, ele tem o maior custo por ponto de N, o que faz com que o sulfato de amônio seja mais utilizado em misturas de fertilizantes, para diluir o seu custo. Ele é muito utilizado como elemento simples, quando a complementação de enxofre no solo é necessária. A forma de N é 100% amoniacal (NH4), o que é uma vantagem frente a ureia, pois com o sulfato de amônio, não há perdas significantes por volatilização. Um problema do sulfato de amônio, é sua alta capacidade de acidificação do solo, devido a liberação de íons H+ após a reação de nitrificação no solo (conversão de NH4 em NO3-). O sulfato de amônio é obtido pela reação controlada entre ácido sulfúrico e amônia.

É um fertilizante mineral sólido, fonte de nitrogênio (34% de N) prontamente disponível para as plantas, pois o N é encontrado nas duas formas que as plantas são capazes de absorver, a forma nítrica (NO3-) e amoniacal (NH4+). Outra vantagem é que o nitrato de amônio, não sofre com altas taxas de volatilização como a ureia, e não acidifica o solo na mesma proporção que o sulfato de amônio. É utilizado em aplicações via solo, como elemento simples ou em misturas de fertilizantes, e por ser altamente solúvel em água, também é muito utilizado fertirrigações.

É obtido na neutralização do ácido nítrico pelo hidróxido de amônio, em uma reação controlada.

Assim como a ureia, o nitrato de amônio tem um baixo ponto hidroscópico, sendo assim, tem uma alta capacidade de absorver a umidade do ambiente, fazendo necessário os cuidados redobrados com armazenagem e prazo de validade, para manter suas características fisioquímicas, que favorecem o rendimento operacional e nutricional. Por ser um produto oxidante, pode ser um combustível para explosões, o que o faz ser utilizado na fabricação de explosivos. Devido a isso, sua utilização é restrita, e toda utilização, comercialização, armazenagem e transporte são regulamentadas pelo Exército Brasileiro.

Fonte: Araguaia

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