Diferenças de preços entre a carne bovina e o gado vivo é a menor do ano

Como as cotações do boi gordo caíram de forma mais acentuada do que a da carne bovina entre março e 14 de abril, a diferença de preços entre esses produtos diminuiu.

GADO – Apesar das oscilações diárias, os preços do boi gordo estão firmes este ano, sustentados pela alta demanda do exterior (exportações de carne bovina bateram recorde no primeiro trimestre de 2022) e baixa oferta no Brasil. Ainda assim, a média mensal do gado alimentado no Estado de São Paulo (Índice CEPEA/B3) na primeira quinzena de abril fechou em R$ 337,13 por arroba (15 quilos), 2,2% inferior à de março, quando bateu recorde nominal, fechando em R$ 344,71/@.

Por outro lado, a demanda doméstica por carne bovina tem sido fraca, refletindo os atuais altos preços do produto e o baixo poder aquisitivo dos consumidores brasileiros. No entanto, a baixa oferta de gado para abate vem sustentando as cotações da carne bovina no mercado atacadista da Grande São Paulo. Assim, o preço médio da carcaça bovina na primeira quinzena de abril fechou em R$ 21,62/kg (R$ 324,30/arroba), uma leve queda de 0,4% em relação a março.

Como as cotações do boi gordo caíram de forma mais acentuada do que a da carne bovina entre março e 14 de abril, a diferença de preços entre esses produtos diminuiu, ficando em média 12,83 reais por arroba (com o boi gordo mais caro) na primeira quinzena de abril, contra 19,06 reais /arroba em março.

SUÍNOS – Com os preços do suíno em alta e as cotações dos principais insumos consumidos na atividade, milho e farelo de soja, enfraquecendo no mercado brasileiro, o poder de compra dos suinocultores frente a esses insumos aumentou na primeira quinzena de abril em São Paulo Estado.

Entre 31 de março e 14 de abril, os preços do suíno vivo aumentaram no mercado independente da maioria das regiões pesquisadas pelo Cepea. Como os valores da carne suína têm sido mais competitivos em relação às demais carnes, as vendas tanto de suíno vivo quanto de suíno têm sido altas. Além disso, a proximidade do fim da Quaresma e a expectativa de temperaturas mais baixas levaram os compradores a começar a construir estoques de carne suína. Na região SP-5, os preços do suíno vivo subiram 13,73% na primeira quinzena de abril, para R$ 6,13/kg em 14 de abril.

No mercado nacional de milho, a produção da segunda safra deverá ser superior à inicialmente estimada, podendo bater um recorde. Esse cenário afastou os compradores do mercado spot brasileiro, mantendo a pressão sobre as cotações. Quanto ao farelo de soja, os valores também estão em baixa neste mês, pressionados pela ausência de compradores no mercado, que não estão interessados ​​em comprar grandes volumes no curto prazo.

EXPORTAÇÕES – Os embarques brasileiros de carne suína (in natura) voltaram a aumentar em março, após terem diminuído em janeiro e fevereiro. Segundo dados da Secex, no mês passado, o Brasil exportou 81,3 mil toneladas de carne suína (in natura), um salto de 27% em relação a fev/22, mas ainda 16% abaixo de mar/21.

AVES – Com altas valorização do frango vivo e queda de preço do milho no mercado brasileiro, o poder de compra dos avicultores contra o milho na primeira quinzena de abril fechou no maior patamar desde julho de 2020. Contra o farelo de soja, o poder de compra dos avicultores é a maior desde 21/11.

A demanda por carne de frango tem se mantido firme neste mês, tanto no mercado interno quanto no internacional, elevando os preços do frango vivo. No mercado de milho, segundo levantamentos do Cepea, a possibilidade de uma segunda safra recorde está pressionando as cotações. Quanto ao farelo de soja, o fim da safra de soja somado à influência do câmbio e a menor demanda estão pressionando os valores no Brasil.

EXPORTAÇÕES – A oferta mundial de carne de frango tem sido menor. Além da guerra Rússia-Ucrânia (a Ucrânia é um dos maiores fornecedores de carne de frango), os casos de gripe aviária estão aumentando no Hemisfério Norte.

Esse contexto não apenas impulsionou os preços da carne de frango no mercado internacional, mas também realocou a demanda mundial para o Brasil. De fato, em março, o Brasil exportou o maior volume de carne de frango (in natura) desde setembro de 2021, e a receita desses embarques bateu recorde na série da Secex, iniciada em 1997.

A receita recebida com as exportações de carne de frango no mês passado totalizou US$ 701,50 milhões, 19,6% superior a fev/22 e 27,5% superior a mar/21, segundo dados da Secex. Em Real, a recente desvalorização do dólar em relação à moeda brasileira limitou a receita, que não bateu recorde em março. Ainda assim, totalizou R$ 3,48 bilhões, 14,4% superior na comparação mensal e 12,2% superior na comparação anual.

Já o preço pago pela carne brasileira, entre fevereiro e março, subiu 5,6%, com média de US$ 1,82/kg no mês passado. Na comparação anual, os valores aumentaram impressionantes 21,6%. A média mensal de março também é a maior desde novembro de 2014. Em volume, segundo a Secex, o Brasil embarcou 385 mil toneladas de carne de frango em março, 13,3% superior ao exportado em fevereiro e 4,8% superior ao de mar/21.

Fonte: Cepea

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