CUIDADOS ESSENCIAIS COM O ARREAMENTO
O valor total do arreamento, somado ao valor dos trajes de equitação, representa em torno de um terço do preço médio pago por um cavalo de passeio. Já é um bom motivo para cuidarmos adequadamente do arreamento. Também há o fator segurança, pois alguns acidentes a cavalo acontecem devido à negligência em relação aos cuidados básicos com o arreamento.
Diversos fatores afetam a durabilidade do arreamento, tais como: freqüência e intensidade da atividade equestre, a própria qualidade do acabamento e do material, o ajuste correto, os cuidados regulares. Contudo, lembre-se que a qualidade não é proteção contra a negligência. Mesmo que o arreamento não esteja em uso, deve ser rotineiramente tratado.Em muitos haras não há um local apropriado para guardar o arreamento. No chão, há a influência nociva da umidade, sujeira e dos ratos. Estes, demonstram uma predileção voraz por materiais em couro. Outra situação é no transporte e durante as. exposições e competições diversas. Como o arreamento sofre nestas ocasiões!
Selas
Dependendo do uso, pelo menos uma vez por semana as selas devem ser lavadas com água morna e sabão neutro, para remoção do suor e sujeiras. Em seguida, tratar o couro com óleo apropriado (preferencialmente de origem animal), a fim de reincorporar substâncias naturais e prevenir o ressecamento. Mas tenha cuidado. Evite o excesso de óleo, para não enfraquecer o couro.
Como todo material perecível, o couro apresenta um desgaste gradual, de acordo com seu uso. Na sela existem os pontos susceptíveis de sofrer maior pressão – próximos às fivelas e argolas. No primeiro caso, nos contra-látegos e látegos, que sustentam e ajustam cilha e barrigueira. No segundo caso, também são os látegos e contra-látegos, além dos loros, que se prendem às argolas da armação. Contudo, um dos pontos de maior pressão é o apoio dos loros nos estribos. O ideal é se mudar periodicamente todos estes pontos de pressão, a fim de aumentar a durabilidade destas peças, que são justamente as mais trocadas em uma sela – loros, látegos e contra-látegos.
Todas as partes em metal e aço também devem ser regularmente verificadas, procedendo-se a lavagem e o polimento.
Cabeçadas e rédeas
Os cuidados básicos são também nos pontos de pressão, próximos às fivelas laterais, que servem de ajuste para a cabeçada, e nos olhais (argolas) da embocadura. Já as rédeas, têm um único ponto de atrito, que é na junção com a embocadura. Se a rédea arrebenta nestes pontos haverá sérios riscos de um acidente, em especial nos casos de animais de temperamento nervoso, ou em fase inicial da doma.
Embocaduras
Se a embocadura é de aço inoxidável, terá durabilidade prolongada, exigindo-se somente as limpezas de rotina e um polimento por mês. Será necessário um cuidado extra se o material é de ferro, aplicando-se, periodicamente, anti-corrosivos. Já no caso da borracha, ou neoprene, o ressecamento poderá ocorrer em pouco tempo, exigindo-se a aplicação de produtos específicos para a prevenção.
Os pontos críticos da embocadura são as suas articulações, as quais devem ser de fácil mobilidade, porém sem excesso de folga. Articulações entre bocado e hastes (ou olhais) devem ser justas. Se há pontos de atrito (saliências), ou de ferrugem, a mobilidade será progressivamente reduzida, favorecendo uma ação mais severa sobre os pontos de controle na boca.
Mantas
As mantas sofrem um rápido desgaste pelo suor e atrito. É essencial que sejam viradas ao sol, imediatamente após o trabalho de sela, para a secagem rápida. Periodicamente, as mantas devem ser lavadas, retirando-se acúmulos de suor e sujeiras. A vantagem do uso da manta de couro de cabrito sob a manta convencional, de maior densidade, é a sua resistência. Em adição, é natural e evita o contato direto do suor com a manta principal, prolongando a durabilidade desta.