Com sua vasta extensão territorial e condições climáticas peculiares, o Cerrado abriga uma diversidade impressionante de espécies que não são encontradas em nenhum outro lugar do mundo.
O Cerrado, conhecido como a “savana brasileira”, é um dos biomas mais ricos e diversos do planeta, desempenhando um papel essencial na preservação da biodiversidade do Brasil. Com sua vasta extensão territorial e condições climáticas peculiares, o Cerrado abriga uma diversidade impressionante de espécies que não são encontradas em nenhum outro lugar do mundo.
Com mais de 11 mil espécies de plantas e uma rica fauna composta por mamíferos, aves, anfíbios e insetos, o Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil, ocupando cerca de 24% do território nacional. Esse ecossistema singular é fundamental para a manutenção do equilíbrio ambiental e destaca a necessidade de esforços contínuos para sua conservação. O Dia Nacional do Cerrado, celebrado em 11 de setembro, serve como um lembrete da importância de proteger esse bioma, cujos recursos e riquezas são essenciais para o país e para o planeta.
Um tesouro natural
O Cerrado se estende por vastas áreas da América do Sul, abrangendo o nordeste do Paraguai, o leste da Bolívia e, principalmente, uma grande porção do Brasil. Dentro do território brasileiro, o Cerrado está presente em estados como Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e no Distrito Federal, além de pequenas áreas no Amapá, Amazonas e Roraima. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o bioma ocupa uma área total de cerca de 2.036.448 km², configurando-se como um dos maiores e mais importantes ecossistemas do país.
O Cerrado se destaca entre os biomas brasileiros por sua importância hídrica e ecológica, sendo muitas vezes chamado de “Berço das Águas”. Isso se deve ao fato de ele abrigar nascentes de grandes bacias hidrográficas da América do Sul, como as da Amazônia, do Rio São Francisco e do Rio da Prata, que são vitais para a disponibilidade de água em diversas regiões do continente. Além disso, sua vegetação típica contribui significativamente para a regulação climática, influenciando os padrões de precipitação e a temperatura em várias partes do país.
Conhecido como a Savana Brasileira, o Cerrado tem um papel crucial na produção agrícola nacional. Dados do MapBiomas revelam que cerca de 42% da agricultura brasileira está concentrada nesse bioma, que se tornou um polo agrícola fundamental. Entre 1985 e 2020, as áreas destinadas ao cultivo no Cerrado aumentaram mais de 464%, impulsionadas principalmente pelo crescimento da soja, cuja produção se expandiu em 16,8 milhões de hectares nos últimos 36 anos.
Nem todas as áreas do Cerrado são naturalmente férteis e adequadas para a agricultura. Mas como, então, esse bioma com solos ácidos e pobres em nutrientes se transformou em uma potência na produção de soja, milho, cana-de-açúcar e algodão?
O segredo está nas técnicas de manejo que foram desenvolvidas e aprimoradas ao longo dos anos. Uma das práticas mais importantes é a calagem, um processo que corrige a acidez do solo e ajusta os níveis de nutrientes essenciais para as plantas. Além disso, estudos recentes revelaram a importância da matéria orgânica na saúde do solo. A decomposição de restos vegetais e resíduos orgânicos é fundamental, pois contribui para a diversidade da flora local e melhora a ação de microrganismos decompositores, que ajudam a restaurar o equilíbrio dos nutrientes necessários para o desenvolvimento das culturas agrícolas.
Incêndios no cerrado: Ameaças e desafios para a preservação
Recentemente, o Brasil tem enfrentado uma onda devastadora de incêndios que compromete a fauna, a flora e a biodiversidade em várias regiões. As chamas têm se espalhado, gerando nuvens de fumaça e fuligem que chegam até as cidades, enquanto os prejuízos ao setor agropecuário somam bilhões de reais. Somente nesta semana, foram registrados 5.132 focos de incêndio no país, dos quais 2.489 ocorreram no Cerrado.
Dados do Sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelam que muitos desses incêndios estão atingindo áreas de floresta primária e vegetação nativa, regiões que são raramente perturbadas. Os especialistas apontam que a intensidade desses incêndios é exacerbada por uma combinação de fatores, incluindo o segundo ano do fenômeno El Niño, seguido de La Niña, o aquecimento global e a influência das atividades humanas.
A promoção de práticas agrícolas sustentáveis é fundamental para enfrentar a degradação do Cerrado. Adotar técnicas como o plantio direto e a rotação de culturas tem se mostrado eficaz na mitigação dos impactos adversos da agricultura nessa região.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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