Setor comemora o dia do Boi, em 24 de abril, com aumento de exportações e previsões otimistas para 2020, mesmo com a pandemia mundial
Comemorado no Brasil no dia 24 de abril, o Dia do Boi é uma homenagem à pecuária brasileira, um dos setores produtivos mais importantes da economia nacional. Além disso, é uma data para conscientizar a todos sobre os cuidados essenciais para com a saúde dos bovinos e da carne, que é o produto final, de forma a prevenir doenças para os seres humanos. É importante que todo o setor produtivo seja respeitado para que possam ser mantidas todas as propriedades nutricionais e proteicas, prezando sempre pela segurança do alimento e a saúde de quem vai consumir.
Para isso, uma das primeiras medidas adotadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em meio à pandemia do coronavírus, foi definir que o abastecimento de alimentos e todas as suas etapas (produção, armazenamento, transformação, transporte, distribuição e comércio), são consideradas essenciais e não devem ser interrompidas. Em seguida foram definidas ações específicas por atuação de temas.
Em meio tudo isso, boas notícias para o mercado de carne bovina: segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), em março o Brasil exportou para a China 147 mil toneladas, o que representa um aumento de 12% em relação a fevereiro e o dobro do exportado em março de 2019. A China é o maior mercado consumidor do Brasil, representando 35,26% do volume total.
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A cadeia produtiva da carne de boi destina cerca de 65% da produção ao mercado interno e 35% à exportação. “É uma cadeia longa e importante, de 24-48 meses. Dessa forma, deve ser inspecionada e verificada suas etapas para não termos perdas muito grandes em qualidade e quantidade. Com a pandemia, foi preciso adaptar basicamente os cuidados pessoais com os colaboradores, porque todo o processo já segue rígidas regras sanitárias exigidas”, avalia Ricardo Calil, médico-veterinário e membro do CRMV-SP.
Zootecnia de Precisão
A Zootecnia de Precisão vem colaborando com os bons resultados do setor. A técnica auxilia na redução de custos, ao mesmo tempo em que melhor atende as exigências de rastreabilidade do mercado. Dados do relatório da Abiec mostram que, de 1990 a 2018, a produtividade nacional aumentou 176%, passando de 1,63 @/ha/ano para 4,5 @/ha/ano (cerca de 67,6 kg/hectare/ano), e a Zootecnia de Precisão tem grande participação nesses resultados.
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“Quando ela é aplicada nas fazendas, permite ao pecuarista tomar decisões precisas e de forma rápida, independentemente da situação. Se um animal, por exemplo, apresenta um sintoma de doença ou comportamento anormal, ele é facilmente identificado e isolado para tratamento, se for o caso, diminuindo os riscos de perda desse gado”, explica o zootecnista Luiz Ayroza, conselheiro do CRMV-SP.
Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP)
A expectativa do Mapa é de que o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) em 2020 está estimado em R$ 689,97 bilhões, mais de 7% maior do que no ano anterior. A pecuária deve ter o segundo consecutivo de bons resultados, com crescimento previsto de 6,7%, sendo as projeções de crescimento impulsionadas principalmente pela produção de carne bovina, cujos preços estão 13,2% acima da média.
Para a Abiec, ainda em meio ao cenário incerto, a produção de carne bovina deve crescer 2,5% em 2020, mesmo com a recomposição do rebanho, e confirma que não há risco de desabastecimento para o mercado brasileiro, projetando para este ano, no Brasil, cerca de 99,5 kg per capita de carne (bovina, suína e frango), contra 38,1 kg per capita para a população mundial.